Caçadores de notícias

Rua Atílio Bório é mais conhecida como a Rua do Terror pelos moradores

A Rua Atílio Bório, no Cristo Rei, tem sido chamada por moradores e comerciantes da região de “rua do terror”. Isso porque nos últimos meses os pequenos comércios da região têm sofrido com os constantes assaltos. A pior situação se encontra no trecho da rua entre a Avenida Presidente Affonso Camargo e a Rua Francisco Alves Guimarães. Ali, de acordo com a vizinhança, um estabelecimento é assaltado por semana.

Há três anos, um empresário que preferiu não se identificar, é dono de um comércio na Avenida Presidente Affonso Camargo. Ele conta que depois de nove assaltos, resolveu trabalhar de portas fechadas, atendendo apenas clientes conhecidos. “Eu tenho aqui nove boletins de ocorrência. Estava virando rotina já e tive que tomar a decisão”, relatou. Segundo o comerciante, a situação é complicada por que ele passou a trabalhar sob estresse. “Você passa a desconfiar de tudo, fora que trabalhar de porta fechada é complicado. Quando esquenta, tenho que ficar fora, de guarda para intimidar os bandidos”, revela.

O caixa Jaime Félix trabalha num pequeno mercado da rua há dois anos e só neste período foi assaltado seis vezes. “A ação é muito rápida, mas não tem um padrão. Já chegou bandido sozinho, apenas com uma faca, como também já agiram em três e todos com revólver”, recorda. Alan Muniz, que trabalha numa verdureira, conta que seu estabelecimento ainda não sofreu assaltos, mas ressalta que o clima é de constante alerta. “Você acaba ficando de olho em tudo, sempre desconfiado”, afirma.

Morador da região há mais de 30 anos, João Batista de Oliveira, 63 anos, diz que o clima entre os moradores e comerciantes é de medo. “Você nunca sabe o que vai acontecer. Eu nunca fui assaltado, mas tenho certeza que estou na fila pra ser o próximo a ser roubado. Não tenho dúvida que é uma questão de tempo”, analisa.

Com a ação dos bandidos, uma loja de roupas e uma lan house já fecharam suas portas após os assaltos. “Está complicado trabalhar. Tem gente que não aguentou e saiu daqui pra procurar outro ponto e quase todos os comerciantes estão trabalhando de porta fechada”, informa Maurício, da farmácia.

Polícia não vem

Mesmo com os constantes assaltos, os comerciantes da Rua Atílio Bório falam que não dá para contar com a ação da polícia. “A gente liga para o 190 e eles (policiais) só aparecem cerca de meia hora depois. Daí não adianta mais. Tem que chegar mais rápido ou fazer mais patrulha na região”, argumenta o caixa Jaime Félix.

Para o empresário que trabalha de portas fechadas, é preciso colocar mais policiais nas ruas do bairro para tentar coibir a ação dos bandidos. “Nós sabemos de onde vêm e pra onde vão os bandidos. Tenho quase certeza que eles vêm da Vila das Torres. Mas se nós sabemos, os policiais também têm que saber. Eles têm que estar mais na ruas e nos pontos críticos, como é o nosso caso. Só eu registrei nove BOs, então eles sabem que aqui a situação está complicada”, desabafa o comerciante.