Paraná e São Paulo estão discutindo a implantação de um roteiro turístico ligando o litoral dos dois estados. Por meio de braços de mar é possível navegar desde Paranaguá, no Paraná, até a região lagunar de Cananéia, em São Paulo. No caminho, o turista vai poder vislumbrar e descer para conhecer algumas das ilhas que ficam na região.
A navegação de Paranaguá até Cananéia por meio de braços-de-mar é possível graças à construção do Canal do Varadouro, que acabou criando a Ilha do Superagüi em 1953. O canal tem seis quilômetros de extensão, 50 metros de largura e seis de profundidade. O diretor-presidente da Paraná Turismo, Jorge Demiate, comenta que antigamente as pessoas costumavam ir à festa de Bom Jesus de Iguape, em São Paulo, e no trecho onde hoje é o canal, levavam os barcos em cima de roletes.
No caminho, o turista poderá vislumbar várias ilhas e baías, e algumas oferecerão infra-estrutura para visitação. A região abriga diferentes espécies de animais, algumas raras ou em extinção, como o papagaio chauá, o mico-leão-de- cara-preta e o jacaré-de-papo-amarelo, além de plantas como ipês, jacarandás e caxetas. Sem falar nas restingas, mangues, áreas de praias desertas e trilhas ecológicas. Em São Paulo, encontramos a iha Comprida, Ilha do Cardoso, a cidade de Iguape e a região lagunar de Cananéia. No Paraná há a Baía dos Pinheirais, Guaraqueçaba e Ilha das Peças.
Demiate revela que uma empresa já entrou com pedido de licença para a navegação no Ministério dos Transportes. Ele prevê a instalação de 40 estabelecimentos comerciais e geração de 200 empregos diretos. “Todos os cuidados com o meio ambiente também estão sendo tomados”, afirma. Além disso, eles estão criando cursos de qualificação para que os pescadores trabalhem como guias de pesca amadora.
Esta é uma das propostas do projeto de desenvolvimento para a Mesorregião do Vale do Ribeira/Guaraqueçaba no Paraná, local do Estado que possui o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixo. Na semana passada, foi assinado um termo de cooperação entre os dois estados, que começam a preparar os projetos. O governo federal já disponibilizou R$ 110 milhões para o desenvolvimento de 13 mesoregiões do País com baixo IDH.