Requião anuncia o fim do delegado “calça-curta”

O governador Roberto Requião vai acabar com a figura dos delegados “calças-curtas” espalhados pelo Interior. Os cargos comissionados, dados a pessoas da comunidade que desempenham aquela função, serão repassados a delegados de carreira da Polícia Civil, que tenham vinculação e responsabilidade com a corporação para torná-la mais eficiente.

Na substituição dos “calças-curtas”, onde não houver policial civil para ser nomeado, o governador vai promover um sargento da Polícia Militar para o cargo. “Em algumas cidades do interior o comandante da PM local assume algumas funções da delegacia, para garantir o atendimento à comunidade”, registrou o tenente-coronel Sílvio Santos de Moraes Sarmento, representando o comandante-geral da PM, David Pancotti. Com a decisão do governador, essa cooperação entre as polícias é oficializada.

Requião também pretende nomear delegados de carreira para a administração das penitenciárias de Ponta Grossa e de Piraquara, que não estão funcionando por falta de pessoal.

A ativação dessas unidades será feita sem recorrer à privatização e nem a serviços terceirizados. “Isso é fundamental para desafogar as cadeias públicas e tornar mais ágil o trabalho da polícia”, disse Requião. Por isso, ele quer contar com pessoal de carreira para ocupar cargos importantes nas penitenciárias do Estado.

Mãos Limpas

O governador Roberto Requião acolheu as propostas encaminhadas pela Associação dos Magistrados do Paraná no que se refere a unir os setores de segurança do Estado com o objetivo de impedir a corrupção e combater o crime organizado. Uma comissão formada por representantes de instituições como as polícias Civil e Militar, Ouvidoria Geral do Estado e Procuradoria de Investigação Criminal (PIC), se reuniram ontem para discutir as propostas. Essa comissão irá se reunir toda a semana para discutir estratégias de trabalho.

De acordo com o presidente da Associação dos Magistrados do Paraná, Roberto Portugal Bacellar, a iniciativa encabeçada pela entidade – e batizada pelo governador de “Operação Mãos Limpas” -, possui três linhas básicas de atuação. Uma delas é necessidade de maior legitimidade social da polícia. “E em segundo lugar, é preciso que a população confie e colabore com essa polícia”, disse o magistrado. Outra indicação é que os órgãos de segurança trabalhem de forma sincronizada, unificando dados e centralizando informações.

O que não pode acontecer, frisou Bacellar, é que os órgãos de segurança trabalhem de forma diferente nas mesmas questões. “Nós não queremos propor nada de mirabolante. Apenas que os trabalhos sejam sincronizados, e que os órgãos de inteligência das polícias e setores de investigação possam atuar de forma conjunta”, disse. Bacellar também lembrou que, além do governo do Paraná, o governo federal também deverá ter a participação nesse processo, principalmente atuando nas fronteiras do Estado.

Para o magistrado, o quadro de criminalidade do Paraná ainda não é tão grave como os verificados nos demais estados. Mas segundo ele, a “Operação Mãos Limpas” é justamente para evitar que o crime organização e a corrupção atinjam níveis incontroláveis, como acontece no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Ele destaca ainda que dentro das ações do programa deverão ser desenvolvidos trabalhos junto às escolas.

Voltar ao topo