O governador Roberto Requião anunciou ontem, durante a inauguração da primeira Escola Latino Americana de Agroecologia, localizada no Assentamento Contestado, município da Lapa – a criação de novos assentamentos no Paraná. As novas áreas vão beneficiar cerca de 250 famílias.

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"O governo irá destinar 4,5 mil hectares em áreas da Paraná Ambiental para criação de assentamentos com a mesma qualidade do Assentamento Contestado", explicou Requião. Segundo ele, as áreas compõem fazendas em diversos municípios, como Paulo Freitas, Irati e Mangueirinha, que pertenciam ao antigo banco Banestado e eram utilizadas para reflorestamentos de pinus.

Além disso, o governador disse que a Emater e o Iapar irão auxiliar as famílias que serão assentadas nessas áreas em projetos de pesquisa voltada à agricultura familiar. "Os nossos institutos foram criados para atender a pequena e a média agricultura do Paraná e é para este caminho que eles serão reconduzidos e orientados", enfatizou Requião.

A proposta é que o governo do Estado se responsabilize pela criação dos assentamentos e o Incra assuma a implantação das políticas públicas como a seleção das famílias, custeio de plano de desenvolvimento e de divisão da área e trabalho topográfico. Os locais já foram vistoriados pelo Incra para avaliar a qualidade e a existência de Áreas de Preservação Permanente ou de florestas nativas. Juntamente com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, que veio especialmente para a inauguração da escola, o governador disse que os novos assentamentos seguirão o modelo do Assentamento Contestado. O ministro ainda anunciou a sua volta ao Paraná em outubro para a cerimônia de assentamento de mais de mil famílias na Fazenda Araupel.

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Também ontem, o governo do Estado instalou um Telecentro Paranavegar no Assentamento Contestado. Cerca de 108 famílias de trabalhadores rurais terão acesso ao mundo digital. Além disso o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, assinou um convênio no valor de R$ 192 mil para implantação do saneamento rural no Assentamento Contestado, criado em fevereiro de 1999 e local que abriga famílias vindas de diversas regiões do Paraná.

Inaugurada escola de agroecologia

Diogo Dreyer

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O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, participou ontem, na Lapa, da inauguração da Escola Latino Americana de Agroecologia. Para ele, é uma iniciativa muito importante para os assentamentos, e que deve ser repetida em outras estados brasileiros. "Não basta assentar as famílias, é preciso um projeto de desenvolvimento dessas áreas, que exige qualificação." Rosseto ressaltou que o Brasil tem uma enorme necessidade de mão-de-obra agroecológica não só de assentados, mas também de agricultores em geral.

Localizada em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a escola é uma parceria entre os governos do Brasil, da Venezuela e do Paraná, MST e a Via Campesina Internacional. O objetivo é formar especialistas em agroecologia (conjunto de técnicas e conceitos que visa a produção de alimentos mais saudáveis e naturais) para atuar de forma permanente junto aos trabalhadores do campo.