Curitiba

Repórter do GPP fica em cárcere privado

O que era para ser mais uma pauta diária acabou se transformando num cárcere privado para a equipe de reportagem dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná, pelo período de 20 minutos.

A matéria seria para verificar uma denúncia de que um cachorro da raça dog alemão estaria atacando outros cachorros na vizinhança da Rua Visconde de Nácar, no bairro Mercês, em Curitiba.

Contudo, o dono do animal, Anderson de Lima, proibiu a saída deste repórter após o seu caminhão, que possivelmente não estava com o freio de mão puxado, descer e bater numa mureta dentro do terreno.

A reportagem foi checar a denúncia feita por Marise Chagas Bernardelli, de que o seu cão da raça poodle fora atacado pelo dog alemão há duas semanas. Segundo a dona do cachorro, o ataque foi violento, a ponto de deixar seu animal de estimação internado numa clínica veterinária.

Outros moradores das proximidades, como Paulo Roberto Amaro e Jandira de Lima, confirmaram a história de Bernardelli, dizendo ainda que em outras oportunidades, o dog alemão atacou outros cães na rua.

Como manda o princípio ético do jornalismo de ouvir os dois lados da história, a reportagem foi até a empresa de Lima, localizada no endereço acima citado. Ao receber a equipe, o proprietário não se mostrou muito aberto ao diálogo, chegando, inclusive, a destratar os profissionais e dizer que era “besteira a imprensa fazer uma reportagem de um cachorro que atacou outro cão”.

Porém, o repórter insistiu para que ele mostrasse sua versão dos fatos para que pudesse se defender das acusações feitas por seus vizinhos. Lima então começou a falar sobre esse problema, dizendo que o cachorro em questão tinha sido retirado do local e que colocou dois outros mais mansos para cuidar de sua propriedade.

A reportagem se afastava para ir embora quando o caminhão de Lima desceu a ladeira e se chocou contra a mureta. Nervoso, o proprietário acusou o repórter de ser o causador do incidente e impediu sua saída do espaço, caracterizando o cárcere privado, conforme determina o Artigo 148 do Código Penal, cuja pena é de um a três anos de reclusão.

Ele chegou a discutir verbalmente com o repórter fotográfico Anderson Tozato, que se encontrava fora do terreno. A Polícia Militar foi chamada para resolver a situação, um boletim de ocorrência (BO) foi lavrado e o repórter pôde deixar o local.

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