“Apesar de ter perdido posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da última década, Londrina apresenta indicadores de qualidade de vida que a mantém como uma das melhores cidades do país para se viver. Além disso, para avaliar o IDH, não podemos levar em consideração somente o ranking, pois as cidades são muito diferentes entre si.” A declaração é do secretário de Planejamento da Prefeitura de Londrina, Marcos Defreitas, ao comentar o mais recente relatório lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O documento, divulgado neste mês, além de fornecer os números do IDH dos municípios brasileiros, ainda traz o ranking nacional e por Estados.

O índice, que indica o nível de desenvolvimento humano em um município, varia de 0 a 1 e é obtido por meio da análise dos dados sobre a renda per capita, a esperança de vida e a educação; quanto mais perto de 1, melhor é o desenvolvimento. Os números foram calculados com base nos censos populacionais realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última década (1990-2000) e, segundo o documento, Londrina ocupa a 10ª posição no Estado e a 189ª posição do país.

Segundo o geógrafo e técnico do IBGE de Curitiba, Luis Almeida Tavares, não se pode comparar a posição de Londrina no ranking do Estado com, por exemplo, Quatro Pontes, que ocupa a 2ª posição do Paraná e a 29ª no ranking nacional, pois a diferença da população de ambos é muito grande. Londrina possui atualmente uma população de 467.334 e o número de habitantes de Quatro Pontes é 3.646. “Quanto menor a cidade, melhor a qualidade de vida. As cidades de menos de 50 mil habitantes, segundo nossos estudos, são as que possuem melhor IDH”, disse hoje (dia 15) Tavares. A análise também foi aplicada aos municípios de Pato Branco (3° no ranking estadual com população de 62.234 habitantes), Entre Rios do Oeste (4° no ranking do Estado, com população e 3.328), entre outras cidades que ocupam melhor classificação.

Tavares disse que a posição de Curitiba (1ª do Estado e 19ª no ranking nacional), reflete a quantidade de recursos do governo estadual destinados ao município que, segundo ele, é maior do que os destinados a Londrina. “É comum que as capitais recebam mais recursos que as cidades do interior, mesmo sendo Londrina, que é uma região metropolitana. Além disso, o IDH atual de Londrina é um reflexo das políticas públicas aplicadas na última década, nos governos anteriores, não no governo atual.”

Outro motivo para a queda, segundo o técnico, está no fato de Londrina ter tido um crescimento muito significativo no número de habitantes, em razão da atração populacional que exerce como pólo regional. O secretário de Planejamento compartilha da opinião: “Londrina cresceu muito rápido e desordenadamente. Nosso município cresce a cada dois anos o equivalente a uma cidade como Tamarana, que possui 15 mil habitantes” disse Defreitas.

Para fazer a análise real do Índice de Desenvolvimento Humano, Tavares avaliou, primeiro, a renda per capita de Londrina. Pela análise do técnico, o município, cuja renda per capita é de R$ 439,345, só está atrás de Curitiba e Maringá, ocupando o terceiro lugar nessa categoria.

Sobre os índices de educação e esperança de vida, Tavares disse que, apesar de serem menores que os de municípios com posição melhor, são bem significativos e a variação, em relação aos nove primeiros é pequena, podendo ser facilmente revertido com a implementação de políticas sociais. “Os índices de Londrina são muito altos e, se houve uma queda, isso não significa que caiu a qualidade de vida, significa que algum outro município cresceu em algum ponto”, disse ele.

Além dos índices analisados, Tavares ainda avaliou o Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de alfabetização de adultos, taxa de freqüência escolar e esperança de vida ao nascer, ressaltando que todos os valores indicados são bem positivos para a cidade. “O IDH de Londrina, que é de 0,824, é considerado de primeiro mundo, com alta qualidade de vida. É preciso começar a trabalhar por índices, não só com o ranking, outras variáveis devem ser estudadas.”

Para Defreitas, a posição de Londrina no ranking pode melhorar em pouco tempo. “O governo Nedson (Micheleti) está fazendo investimentos maciços na educação, na saúde, no saneamento básico e tudo isso ajudará a aumentar o índice em um próximo censo. Londrina com certeza vai ter uma virada até 2010”, disse o secretário.

Segundo ele Londrina destina por mês um total de R$ 728.800,00 a programas sociais, como Bolsa Alimentação, Bolsa Escola, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, Agente Jovem e Auxílio Gás ? programas do governo federal ? e o programa Bolsa Escola Municipal. Na educação o governo já destinou um total de R$ 9.192.307,44 na reforma de cerca de 39 escolas (obras já concluídas e em execução) e construção de quatro novas escolas, trabalhando assim com a melhoria e valorização da educação no município.

Na área da saúde a prefeitura já entregou quatro novas unidades de saúde à população: Vivi Xavier, Chefe Newton/Parati e Aquiles Stenghel (região norte) e Tóquio (região oeste). Também foram reformadas e/ou ampliadas outras oito unidades de saúde em vários pontos do município: unidade de saúde do distrito rural de São Luiz (distante 32 km ao sul de Londrina), do conjunto habitacional Lindóia, jardim Leonor, jardim Itapuã e Marabá, dos conjuntos habitacionais Novo Amparo e Milton Gavetti e do distrito rural de Lerroville (distante 49 km ao sul de Londrina).

continua após a publicidade

continua após a publicidade