Restaurado, o prédio histórico construído em 1924 e adquirido em 1951 pelo Centro Acadêmico Hugo Simas (Cahs), da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi reinaugurado ontem, em Curitiba. O local ficou abandonado por alguns anos e a Prefeitura da cidade chegou a interditá-lo em 2001. Agora o prédio renasce contando a história da resistência dos estudantes contra a ditadura militar e afirmação da democracia. Por ele passaram várias personalidades paranaenses, entre elas, o presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Oto Luiz Sponholz.
Segundo o atual presidente do Cahs, Vítor Puppi, a entidade foi o único diretório estudantil que ficou aberto durante a ditadura militar. Uma história pitoresca é a fuga do ex-deputado estadual Vitório Sorotiuk, então presidente do centro, de policiais que cercaram o prédio. Ele fugiu por um alçapão que o conduziu ao telhado. No local os estudantes se reuniam para as famosas discussões políticas e ideológicas. Ali também as turmas eram homenageadas e havia festas.
Michel Saliba, candidato em chapa única à presidência da Ordem dos Advogados o Brasil no Paraná (OAB-PR), também foi presidente da casa, entre 1989 e 1990. Ele comenta que na década de 1970, a ditadura endureceu muito e o centro acabou fechando as portas por um bom tempo. Quando ele assumiu, promoveu uma reforma estrutural e o prédio foi tombado pelo como Patrimônio Histórico do Município e do Estado. Mesmo assim posteriormente ficou abandonado.
Vitor diz que o tombamento não foi feito tanto pelo valor da arquitetura, mas pela história política qoe o local possui para o estado.
O centro acadêmico tem duas sedes, a outra fica na Prédio na Praça Santos Andrade. A sede restaurada tem 700 metros quadrados e o centro vai ocupar um quatro do espaço. O restante será alugado para conseguir verbas para pesquisas, eventos e cursos de extensão. “Pretendemos trazer palestrantes de fora para entrar em contato com os alunos”, diz Vítor.
Michel Saliba afirma que o centro marcou a vida de várias pessoas que se destacam no Estado. “É um resgate da identidade dos ex-alunos”, diz. Entre as personalidades que passaram por ali estão Alcides Munhoz, Munir Karam e Gustavo Fruet.