Reciclagem de embalagem de agrotóxicos tem reforço

A renovação de um contrato envolvendo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) vai fazer com que o número de embalagens de agrotóxicos recicladas no Estado aumente consideravelmente. O Inpev está disponibilizando R$ 120 mil para o treinamento de pessoas que trabalham nos postos coletores de embalagens.

Obrigado por leis estadual e federal, o agricultor faz a lavagem e devolve as embalagens em postos de coleta. Quando ele compra o agrotóxico, já na nota fiscal vem indicado o local para devolução. Hoje existem 58 pontos de coleta no Estado. Desses postos, o fabricante do produto recolhe e leva em 90% para a reciclagem. O restante destinado a incineração. O sistema de reciclagem já funciona faz cerca de três anos no Estado, mas a perspectiva é que cada vez mais os agricultores passem a devolver as embalagens. Em 2002, foram recolhidas 201 toneladas de embalagens. Somente até maio deste ano já foram 483 toneladas recolhidas.

O presidente do Inpev, João Cesar Rando, destacou que uma pesquisa feita pelo instituto mostrou que no Paraná, 95% dos produtores agrícolas conhecem a lei que obriga a devolução das embalagens, 98% acham a lei benéfica e 90% vazem a lavagem das embalagens. “O Inpev seleciona o material em suas quinze centrais, depois é dado o destino final que é a reciclagem. São barricas e outros recipientes para armazenamento de produtos químicos”, contou.

Cultura

O secretário de Estado do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, salientou que o problema das embalagens de agrotóxicos é apenas uma parte da preocupação que o Estado tem com os resíduos sólidos. Hoje, o Paraná produz diariamente oito mil toneladas de resíduos sólidos. “Vamos fazer um trabalho a médio e longo prazo para disciplinar as pessoas em relação ao uso de embalagens”, disse. Cheida explicou que, por exemplo, quando se compra um creme dental, o que interessa é o creme, não o tubo, a tampa, a caixa, o pacote e por fim a sacola, que vem junto com o produto quando se compra no supermercado. “Nosso objetivo é diminuir os resíduos sólidos do Estado em 30% até 2006”, prometeu o secretário.

Câncer

O presidente da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), Darcy Deitos, aproveitou a oportunidade para colocar uma preocupação. Deitos disse estar preocupado com a saúde dos aplicadores de agrotóxicos. “O Paraná é campeão na produção de grãos, mas também o campeão em números de casos de câncer de fígado e pâncreas. Acredito que os aplicadores também deveriam ser treinados, deveria existir uma exigência maior na capacitação”, afirmou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo
O conteúdo do comentário é de responsabilidade do autor da mensagem. Ao comentar na Tribuna você aceita automaticamente as Política de Privacidade e Termos de Uso da Tribuna e da Plataforma Facebook. Os usuários também podem denunciar comentários que desrespeitem os termos de uso usando as ferramentas da plataforma Facebook.