A Delegacia da Receita Federal em Foz do Iguaçu vai endurecer definitivamente, a partir da próxima segunda-feira, dia 5 de agosto, a repressão às empresas que sustentam ou dão cobertura ao esquema de contrabando na região das fronteiras com o Paraguai e a Argentina. Segundo informações do delegado Mauro de Brito, entrarão na ?roda-viva? da fiscalização diversas empresas de transporte rodoviário, hotéis que hospedam os sacoleiros, hospedarias e garagens que servem de abrigo para os ônibus.

A Receita pretende centrar o foco da fiscalização sobre estes empreendimentos porque entende que eles dão sustentação ao esquema internacional de contrabando de mercadorias no eixo Paraguai-Brasil. A lógica da operação é reduzir a possibilidade de operação destas empresas, que na ótica da Receita estariam sobrevivendo apenas do fornecimento de logística para as redes de contrabandistas.

Com esta estratégia, a Receita pretende restringir o raio de ação das empresas que sobrevivem de atividades ilícitas, tendo como resultado final a falência de todo o esquema de contrabando que há mais de uma década movimenta a economia da fronteira. O dado ruim para Foz do Iguaçu em todo este contexto é o enorme desemprego que seria causado pelo fechamento de postos de trabalho nas empresas atingidas pela operação, principalmente na região do Jardim Jupira, Vila Portes, Vila Brasília e Vila Paraguaia.

A operação de repressão ao contrabando que começa na próxima segunda-feira deve contar ainda com a participação de outros organismos de fiscalização federal e estadual, a exemplo do que já vem acontecendo com a atuação da chamada força-tarefa. Entre as entidades estarão a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual e Receita Estadual.

Câmeras – Também nos próximos dias a Receita Federal deve iniciar a instalação de mais câmeras de vídeo na região aduaneira da Ponte da Amizade, corredor fronteiriço que liga Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, no Paraguai. Atualmente, já estão funcionando no local dezenas de câmeras, ligadas diretamente a monitores de vídeo controlados pelos órgãos de fiscalização.

As câmeras são usadas para fazer a vigilância eletrônica de toda a movimentação de veículos, cargas e pedestres que circulam na região fronteiriça. Com a instalação de mais equipamentos semelhantes, os órgãos que atuam na repressão ao contrabando e ilícitos em geral teriam, teoricamente, melhores condições para manter o controle da região, por onde circulam diariamente milhares de veículos e pessoas.

Arrocho – Nos últimos 12 meses, a Delegacia da Receita Federal em Foz do Iguaçu vem aumentando gradativamente o arrocho sobre os sacoleiros que vêm comprar mercadorias no comércio de Ciudad del Este para revender em diferentes pontos do Brasil. Na maioria das vezes a viagem à fronteira é a única alternativa de sobrevivência para estes compristas e suas famílias, mas a Receita afirma que já detectou a atuação de quadrilhas especializadas na aquisição, transporte e revenda de produtos contrabandeados.

Entre as várias ações de repressão ? comandadas pela Receita com o apoio de órgãos como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal ? estão a fiscalização de hotéis que hospedam os sacoleiros em Foz do Iguaçu, a verificação de documentos dos ônibus que transportam os compristas e o cadastramento das empresas que fornecem a logística para a operação.

Fonte: A Gazeta do Iguaçu

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