Radioamadores auxiliam o trabalho da Defesa Civil

Desde 1964, o ex-bancário Edair Fraga, de 66 anos, atua numa atividade que é pouco conhecida da população, mas que se tornou essencial para que os procedimentos das equipes da Defesa Civil (DC) em todo o Paraná sejam desenvolvidos com mais eficiência. No ano passado, a partir do Decreto Estadual 5.830 e da Resolução 006/03 da Casa Militar, foi instituído a Rede Estadual de Emergência de Radioamadores (REER), que funciona como um cadastro dos usuários das freqüências de rádio amadoras.

No âmbito nacional, foi criada em 2001 a Rede Nacional de Emergência de Rádioamadores (Rener), com auxílio da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Direto de uma estação, geralmente em sua própria residência, o radioamador, com a licença concedida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e quando lhe é solicitado, atua voluntariamente na coordenação das equipes das regionais da DC. Eles auxiliam na comunicação em caso de desastre, emergência ou calamidade pública, quando os meios convencionais (telefone fixo ou celular) são ineficazes. “No Brasil, a partir da década de 30, os radiooperadores amadores prestavam esse atendimento, que era uma modalidade comum em rádio, mas esporadicamente. Agora, desde o ano passado, essa parceria com a DC foi concretizada e está a todo vapor”, conta o radioamador Edair.

Ele se interessou pela atividade em 1962, quando ainda jovem escutava a freqüência do “rádio noveleiro” da cidade de Lima, no Peru. A partir desse momento, Edair passou a estudar o sistema, que começou a operar em 1964. Desde 1984, quando se aposentou, ele se dedica integralmente ao radioamadorismo. Segundo ele, as comunicações via telefone ou celular têm falhado e, por isso, sempre acabam utilizando os rádios. “No Paraná existem oito regionais que se comunicam de maneira constante. E, em uma emergência, a regional mais próxima à cidade atingida pode avisar a DC e, posteriormente o Corpo de Bombeiros. Não ganhamos para fazer esse trabalho, é voluntário”, explicou.

Além de Curitiba, as regionais no Estado se encontram em Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu e Paranaguá.

A Associação de Radioamadores do Paraná (Arpa), que funciona há 23 anos em Curitiba, também trabalha em parceria com a DC. É a única associação legalizada no Estado, sem fins lucrativos, e tem 120 associados. O presidente da Arpa, Oscar Marinho, de 59 anos, define bem a função dessas pessoas: “Na verdade, somos amantes do rádio e mantemos as estações como um hobby. Todos utilizam a freqüência para se comunicar com outras localidades, mas na parceria com a DC é que nos sentimos gratificados”, diz.

Exemplos

A parceria da DC com os radioamadores foi solicitada em casos como as enchentes em Matinhos, vendaval em União da Vitória, tempestade de granizo em Cafelândia e queimadas nas cidades de Alta Vista e Queimadas, na região Oeste. “Depois do decreto do ano passado, essa parceria se consolidou, e sem dúvida, é um trabalho eficiente. Tanto da parte dos radioamadores, quanto das equipes das regionais da DC”, destacou o tenente Gílson de Mattos, chefe do operacional da DC do Paraná.

Experts em café competem em Curitiba

Cerca de vinte baristas -especialistas na arte de preparar café – do Paraná e Santa Catarina participaram do I Campeonato Sul-Brasileiro de Baristas, que aconteceu neste final de semana em Curitiba. No evento foram classificados seis finalistas que irão participar do 4.º campeonato brasileiro, que acontece no mês de outubro em São Paulo.

Cada participante teve quinze minutos para preparar quatro cafés expressos, quatro capuccinos e quatro drinks inéditos. Juízes técnicos e sensoriais analisaram a habilidade e sabor das bebidas preparadas pelos baristas. A organizadora do evento regional, Georgia Franco de Souza, destaca que um barista precisa reunir entre suas características, a sensibilidade, distinção entre produtos, habilidade manual e agilidade em lidar com os equipamentos. Segundo ela, para ingressar na profissão o interessado precisa passar por um curso de formação, e ter no mínimo seis meses de prática para poder atuar no mercado.

A promoção dos campeonatos de baristas visa a difundir o hábito de tomar café no País, ampliando o seu público consumidor. Segundo o coordenador do Programa Cafés do Brasil, do Ministério da Agricultura, e diretor executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais, Edgard Alexandre Brussani, o Brasil produz 38 milhões de sacas por ano de café. Desse total, apenas 1% é considerado especial – que atende a exigências como qualidade, responsabilidade social e proteção ambiental. Essa certificação é feita por meio da associação, e creditada por uma empresa suíça.

Estratégia

De acordo com Brussani, a estratégia do Brasil é ampliar sua produção, já que o mercado mundial do café cresce anualmente cerca de 20%. Hoje o País é o maior produtor mundial – tendo como principais países compradores o Japão, Estados Unidos e Europa -, mas fica em segundo lugar no mercado consumidor, perdendo apenas para o Estados Unidos. O coordenador ressalta que apesar desse desempenho, o Brasil fica somente com um terço do que produz, sendo que o consumo também é considerado baixo. “A média per capta é de 3,7 quilos por ano, enquanto em lugares como a Finlândia o consumo chega a 11 quilos per capta”, informou.

A estratégia apoiada pelo Ministério é incentivar a produção de café especial, que no mercado externo consegue 50% a mais do seu valor. Aqui no Brasil um quilo de café especial chega a custar R$ 30, enquanto o café comum não chega a R$ 10. Outra medida é incentivar novos públicos consumidores, como os jovens. (Rosângela Oliveira)

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