O início de temporada foi de bastante lixo nas praias do Litoral do Paraná. Apenas nos primeiros 30 dias de verão, foram retiradas nada menos do que 480 toneladas de lixo das areias do estado — o equivalente ao peso de 11 aviões Boeing 737 ou igual ao peso de 80 elefantes da savana abandonados na beira do mar. Segundo a Sanepar, toda essa grande quantidade de resíduos foi acumulada em apenas 48 km de faixa litorânea de Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba, o que representa uma média de 10 toneladas por quilômetro de praia.

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O número impressiona, já que isso significa uma produção de quase 16 toneladas de lixo por dia apenas nas areias das principais praias do estado. É como se, diariamente, as equipes de limpeza responsáveis pelo Litoral tivessem que tirar todos os dias cerca de 12 Kombis da beira do mar para que os banhistas pudessem aproveitar o mar no dia seguinte. Ou três elefantes, caso queira ser mais extremo.

Entre os principais descartes encontrados pelas equipes da Sanepar estão latas de bebida, garrafas e sacolas de plástico, além de embalagens diversas e até mesmo cocos. Esses materiais são retirados durante a noite com a ajuda de máquinas saneadores, que peneiram e revolvem a areia. Ao todo, é preciso de seis tratores e sete minicaçambas para dar conta de tanto lixo.

A principal preocupação é que parte desse lixo vai parar no mar, o que pode causar sérios danos ambientais, de acordo com a coordenadora do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR), a bióloga Camila Domit. A ingestão destes resíduos por animais marinhos é a principal delas. “O lixo ingerido causa pode causar a morte de tartarugas, aves, golfinhos. Temos registro de óbito por lesões causadas pela ingestão. Mas outra questão é que, quando o animal não morre por ter ingerido, ele acaba com a sensação de estar saciado, para de se alimentar e pode morrer por inanição”, explicou.

Destinação

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O presidente da Sanepar, Mounir Chaowiche, ressalta a importância do cuidado e da destinação correta do lixo por veranistas e moradores do Litoral. A companhia afirma que trabalha de maneira ininterrupta com os moradores locais, durante todo o ano, para que o cuidado seja permanente, e também faz campanhas na temporada para conscientizar os veranistas da importância da destinação correta do lixo. “Desenvolvemos um trabalho de conscientização para cuidar da destinação do lixo, fazemos isso durante o ano todo, com equipes que fazem orientação e treinamento”, reforça Chaowiche.

Para a coordenadora do CEM-UFPR, a destinação correta dos resíduos não é um problema apenas dos litorâneos e sim de todos os paranaenses. “O lixo é um problema para todo o ambiente marinho, que são reservatórios da bacia hidrográfica. O lixo produzido acaba contaminando os ecossistemas. É importante que as pessoas diminuam a quantidade de resíduos, e encontrem uma forma de destinar seu lixo corretamente”, afirmou.

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