Continua o impasse entre os funcionários em greve no Hospital de Clínicas (HC) e a Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar). Para iniciar as negociações, a direção do hospital e a Funpar exigem o encerramento da greve. Por outro lado, os grevistas só vão atender à exigência se for divulgado um calendário de discussões e seja reconhecida a legitimidade da pauta de reivindicações apresentada em março. Na segunda-feira, HC e Funpar apresentam nova proposta.
Ontem pela manhã, enquanto os grevistas decidiam pelo futuro da greve, receberam um documento da Funpar propondo uma reunião. Mas, no encontro, as duas partes não conseguiram chegar a um acordo. A fundação e a direção do hospital, porém, se comprometeram a rever sua posição. E, até às 9h de segunda-feira, devem apresentar nova proposta. “Se eles divulgarem uma data para negociar e reconhecerem a legitimidade da pauta vamos suspender a greve”, prometeu o presidente do Sinditest-PR, Antônio Néris.
Os grevistas reivindicam reposição da inflação de 18,75%, reposição do valor da cesta básica de 26% e pagamento de 100% de horas-extras, no lugar dos 50% pagos atualmente. Segundo o diretor-geral do hospital, Giovani Loddo, se a pauta for atendida na íntegra isso vai representar uma despesa de R$ 300 mil.
Mas o presidente do Sinditest-PR, Antonio Néris, diz que o HC teria condições de honrar com esse compromisso, usando parte dos R$ 500 mil utilizados hoje ao pagamento de horas-extras. Ele explica que já foi autorizado à instituição a realização de concurso para contratação de pelos menos 400 funcionários. “Assim acabaria as horas-extras e o novo pessoal seria pago diretamente pelo Ministério da Saúde”, argumenta Neris. Mas segundo o diretor-geral do HC, o concurso seria realizado apenas para substituir os profissionais contratados pela Funpar, não havendo alteração no quadro de pessoal.
O atendimento à população não foi prejudicado ontem. Dos 1.365 funcionários contratados pela Funpar, apenas 63 cruzaram os braços, segundo a assessoria de imprensa do HC.