A proposta do Ministério de Educação (MEC) de “estatizar” vagas nas universidades privadas para atender estudantes de baixa renda ainda é obscura para as instituições particulares no Paraná. Muitas não sabem como vai funcionar na prática a idéia do ministro Tarso Genro, que pretende oferecer 100 mil vagas para carentes ainda este ano e 250 mil em até cinco anos.

“É uma idéia bonita. O problema é: como a medida será operacionalizada?”, questiona o vice-reitor da Unicenp, José Pio Martins. Para ele, o governo poderia criar um vale-educação – o governo faria um vestibular, selecionaria 100 mil carentes e entregaria cheques para o estudante escolher a instituição em que gostaria de estudar. “Penso que essa é a forma mais simples, mais democrática”, opina. O vice-reitor também questiona como seria feita a troca do ensino gratuito por impostos. “Parte dos impostos vai para a prefeitura, outra para o INSS. Ninguém vai querer abrir mão disso.”

Para o Sindicato dos Professores do Ensino Superior Privado, a medida é paliativa e não resolve o problema. “Essa história de vagas seletivas parece maquiar o ensino público (fundamental e médio) de má qualidade. Com um ensino básico bom, é possível concorrer ao vestibular com outros candidatos”, acredita Valdyr Perrini, vice-presidente do sindicato.

continua após a publicidade

continua após a publicidade