Se a reforma trabalhista que vêm sendo discutida no governo interino de Michel Temer já estava gerando embates entre empresários e representantes sindicais, a sugestão do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, de aumentar a jornada de trabalho para 60 horas semanais provocou reações intensas também da população. A proposta, que inicialmente era de 80 horas, no entanto, não é vista com seriedade pela classe política.

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“Muitos acharam que ele estava brincando. Alguns, ligados aos trabalhadores, ficaram preocupados, mas também com tranquilidade, porque sabemos que uma proposta como essa não teria qualquer condição de tramitar”, diz o deputado federal Paulinho da Força (SD-SP). Segundo ele, o que impediria a tramitação seria a própria pressão popular.

Ele também acredita que as intervenções nas leis trabalhistas propostas até agora terceirização da atividade-fim, que já foi aprovada na Câmara, e prevalência dos acordos coletivos sobre a CLT pretendem diminuir os direitos dos trabalhadores e, por isso, pensa que a discussão sobre a reforma trabalhista deve acontecer em outro momento.

Contraponto

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O deputado federal paranaense do PMDB Sérgio Souza discorda de Paulinho e chama as reformas prometidas pelo governo interino de “essenciais”. Para ele, a terceirização, por exemplo, otimiza serviços e e não tira direitos dos trabalhadores. Ainda assim, ele não acredita que mexer na jornada de trabalho seja uma proposta viável. Rubens Bueno (PPS-PR) é da linha “tudo é possível”, mas diz que é preciso avaliar a proposta.

Flexibilização

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Toninho Wandscheer (Pros-PR) têm uma visão diferente: apesar de acreditar que a jornada de trabalho não será alterada, o parlamentar acredita que uma flexibilização da carga horária poderia ser positiva. “Quando você proíbe (uma jornada maior), você proíbe até o trabalhador de querer trabalhar mais. Se alguém quer trabalhar mais, ele deve poder e deve ganhar a devida recompensa por isso”, afirma.