Programa de Transporte prestes a sair do papel

O prefeito Cassio Taniguchi e o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Waldemar Wirsig, assinaram na tarde de ontem, o contrato que garante a implantação do Programa de Transporte Urbano a partir deste ano em Curitiba. A assinatura foi realizada na sede da representação do BID, em Brasília. O documento também foi assinado pelo representante da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, já que a União é avalista do município nesse empréstimo.

O custo total do Programa é de US$ 133,4 milhões, que serão aplicados em obras por toda a cidade durante os próximos cinco anos. O empréstimo junto ao BID é de US$ 80,04 milhões e a contrapartida local, que abrange os recursos que serão aplicados pelo município de Curitiba e pela iniciativa privada, será de US$ 53,3 milhões. Segundo o prefeito, esse dinheiro já faz parte do orçamento plurianual e consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A Prefeitura terá um prazo de 20 anos para pagar o empréstimo, com juros a 1,5% ao ano. “É uma das melhores condições que a capital já conseguiu”, garantiu Cassio. A carência é de cinco anos.

Uma das primeiras obras do Programa de Transporte Urbano será o Eixo Metropolitano de Transporte, a maior avenida de Curitiba, que ocupará o trecho urbano da BR-476 (antiga BR-116). A rodovia, entre o Atuba e o Pinheirinho, foi delegada há menos de um mês pelo Ministério dos Transportes, ao município de Curitiba. Na primeira etapa do Eixo serão feitas as obras do setor sul, que abrange o trecho entre o Pinheirinho e a Avenida Marechal Floriano Peixoto. Serão cinco ruas paralelas sendo duas marginais ou locais (uma em cada sentido), duas vias principais com três faixas em cada sentido e uma via central (canaleta para o biarticulado), também nos dois sentidos.

Integração

Além das pistas, o Eixo da BR terá 12 estações de integração. Cinco delas serão construídas na primeira fase das obras, que começa ainda neste ano. Esse é o caso das estações São Pedro, Xaxim, Santa Bernadete, Fanny e Marechal Floriano. Cada estação de integração terá 2 mil metros quadrados de área construída e serão praças para uso da população. Pistas transversais formarão bolsões em volta das estações, para consolidar os binários (sistemas formados por vias paralelas com trânsito em sentidos opostos). Um sistema de ciclovias, calçamento para pedestre, um parque linear, rampas de acesso em algumas estações do Setor Norte e na Estação Marechal Floriano Peixoto (Setor Sul) também fazem parte do conjunto de obras que terão que ser executados pelas empresas que vencerem a concorrência que está em sua fase final.

O Eixo da BR se estenderá por 22 km, passando por 23 bairros e unindo a cidade. À direita da BR moram 600 mil pessoas. O Eixo Metropolitano de Transporte terá ainda a ligação com o Terminal Central, que será construído em frente à Praça Eufrásio Correia.

Obras não se restringem ao Eixo da BR

Além do Eixo da BR, o Programa de Transporte Urbano inclui ainda diversas obras por toda a cidade. Deverá aumentar a capacidade da Rede Integrada de Transporte, melhorar o serviço de transporte coletivo, diminuir o número de acidentes com vítimas nos eixos da cidade e promover a qualidade de vida da população.

As obras que serão realizadas nos próximos cinco anos em toda a cidade incluem a implantação de binários (sistema formado por vias paralelas com trânsito em sentidos opostos), modernização do ligeirinho (linha direta) Inter 2, ampliação de terminais de integração, pavimentação, melhoria e remodelação de vias. O Programa prevê ainda a aquisição de ônibus articulados para o ligeirinho Inter 2 e biarticulados para as linhas que trafegarão pelo Eixo da BR.

Todos os ônibus serão mais modernos do que os existentes atualmente e terão motores com baixos níveis de emissão de poluentes. Para Cassio Taniguchi estas e outras melhorias, que estão sendo discutidas com prefeitos de outras cidades, também vão refletir num aumento do número de passageiros e a conseqüente redução da tarifa de ônibus. “Vamos atingir 100 quilômetros de vias exclusivas para ônibus, desafogando áreas que estão saturadas”, comenta.

O Controle de Tráfego em Área será modernizado, para que seja dada prioridade aos ônibus do transporte coletivo. Ampliação da rede de ciclovias, iluminação nova e semáforos mais modernos nas ruas que forem pavimentadas, além do Eixo da BR, também fazem parte do Programa. Além da ciclovia em toda a extensão do Eixo da BR, uma outra está prevista no Programa de Transporte Urbano desde a Avenida Juscelino Kubitschek (próximo à BR-277) até a Rua João Bettega.

A melhoria da segurança viária reúne diversos componentes de controle do trânsito e informação de acidentes, entre outras medidas. Além da instalação de câmeras de vigilância do trânsito no eixo metropolitano, a área central da cidade também será contemplada. No Eixo da BR, detectores de velocidade e densidade de tráfego consolidarão uma espécie de “eixo digital”, que permitirá a análise do tráfego. Também haverá um sistema de informação para os usuários e outro de fiscalização de velocidade.

Estatísticas

O Sistema de Informação de Acidentes reunirá dados atualizados sobre acidentes de trânsito com vítimas. Com a análise desta informação, será possível orientar o planejamento da cidade e corrigir os pontos críticos onde ocorram muitos acidentes. Capacitação dos técnicos da Urbs em segurança viária, construção de rampas de acesso para pedestres e portadores de necessidades especiais, sinalização de vias e equipamentos de fiscalização eletrônica fazem parte do conjunto de medidas voltadas para a segurança viária.

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