Programa chama atenção da área médica para a dor

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 80% das consultas no sistema público de saúde são originadas por algum tipo de dor. No Brasil não existem estatísticas precisas, mas a estimativa é que seis em cada dez brasileiros sofrem de dor crônica, quase 30% tem dores crônicas de cabeça e 63% das pessoas entre 18 e 60 anos têm algum tipo de dor crônica. Eliminar a dor pode ser um dos principais processos na busca pela cura ou tratamento dos pacientes portadores de algum tipo de doença.

Essa é a idéia que pretende difundir o programa DivulgaDor, que será apresentado hoje, às 8h, no Hospital Santa Cruz, sob coordenação do presidente da Sociedade Paranaense para o Estudo da Dor (Spred), oncologista Roberto Bettega, que também é integrante do Núcleo de Estudos Oncológicos. O programa é uma iniciativa da Sociedade Brasileira da Dor que quer mostrar para profissionais de diferentes áreas as vantagens para o paciente, e até mesmo para o tratamento, de se controlar a dor. Segundo Bettega, nos EUA a dor já é considerada o quinto sinal vital do paciente, junto com a pressão arterial, temperatura, e freqüências cardiária e respiratória.

Durante o evento, explica o médico, serão repassados aos profissionais o que vem sendo usado no Brasil para controlar a dor, respeitando a escola analgésica da OMS ? dividida em dores leve, moderada e severa ?, que vão desde os anti-inflamatórios não hormonais, até os derivados da morfina. Roberto Bettega afirma que na área de oncologia, 90% dos casos é possível tratar a dor, e reduzir o sofrimento do paciente em relação a doença. “Existem pacientes com câncer que dizem preferir acabar com a dor, do que tentar tratamentos contra a doença”, comentou. Além dos portadores de câncer, também são passíveis de tratamento contra dor as vítimas de fratura, pacientes com aids ou em quadro pós-operatório.

A assistente administrativa Fabiane Sousa Massati, de 25 anos, é portadora de tendinite, e em função da dor não conseguir dirigir, trabalhar e tinha dificuldades para dormir. No início do ano ela iniciou um tratamento contra a dor, e afirma que 90% do problema melhorou. “Sei que a tendinite não tem cura, mas conviver com a doença sem tanta dor melhorou muito minha qualidade de vida”, finalizou.

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