Profissão gari, sinônimo de cidade limpa e organizada

Hoje comemora-se o Dia dos Garis (coletores e varredores), responsáveis pela manutenção da limpeza pública das grandes e pequenas cidades. Só em Curitiba, estão em atividade 550 varredores, que percorrem em média 1,7 mil metros por dia cada, e trezentos coletores, que diariamente recolhem sozinhos cerca de cinco toneladas de lixo.

O serviço realizado por esses profissionais é considerado de extrema importância para a manutenção do bem-estar da população. A atividade desenvolvida por eles é ao mesmo tempo cheia de riscos e satisfações. “Gosto muito de saber que meu trabalho é fundamental para a sociedade e ser respeitado pelo que faço”, comenta o coletor Reinaldo Silva Santos, que tem 24 anos de idade e há cinco trabalha com a coleta domiciliar.

Para Reinaldo, o maior prazer que a profissão proporciona é a possibilidade de se fazer amigos. “Há algum tempo, dei uma entrevista para um canal de televisão e um senhor, que mora no bairro Sítio Cercado, assistiu. Ele veio comentar a entrevista e hoje conversa sempre comigo. No dia-a-dia, a gente acaba fazendo alguns amigos e tendo conhecidos nas regiões da cidade em que atua”, conta.

Já o coletor Valdeir Libório de Freitas, de 29 anos, que trabalha como gari há 12 anos, atualmente na coleta de recicláveis (lixo que não é lixo), costuma se surpreender com as coisas que encontra no lixo. “Já encontrei televisões, bicicleta, liquidificadores, batedeiras e outros produtos. Muitos deles em bom estado e perfeito funcionamento, podendo ser utilizados por pessoas mais necessitadas”, explica.

Os coletores são proibidos de levar para casa e utilizar para fins próprios o que encontram durante a coleta. Tudo que é jogado fora e está em bom estado é levado para reaproveitamento na Fundação de Ação Social (FAS). “Os produtos em bom estado são doados pela FAS às populações carentes. Me sinto bem por estar contribuindo com isso”, diz Valdeir.

Risco

O lado ruim da profissão diz respeito aos perigos escondidos em meio ao lixo. Constantemente os coletores são vítimas de ferimentos causados por materiais cortantes e perfurantes jogados de forma inadequada no lixo. Outro problema são os cachorros, que muitas vezes atacam os garis no momento em que eles recolhem os sacos de lixo de frente das casas. “Já fui mordido por cachorro duas vezes e bastante ferido por cacos de vidro e outros materiais cortantes”, revela Reinaldo, que possui uma série de cicatrizes nos braços. “As pessoas nos ajudariam bastante se embrulhassem os materiais cortantes e prendessem seus cães em dias de coleta.”

Voltar ao topo