Professores e servidores da rede estadual de ensino farão uma paralisação no próximo dia 16 de março, seguindo a decisão de parada nacional tomada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

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Depois disso, no dia 27 de março, os educadores farão uma nova assembleia onde avaliarão os resultados das negociações com o governo do Paraná após a paralisação do dia 16. A decisão foi tomada ontem, em uma assembleia com aproximadamente 500 servidores dos 29 núcleos de todo o Estado, em Curitiba.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Marlei Fernandes de Carvalho, a razão dessa movimentação é a campanha salarial de 2010.

“Essa foi a primeira assembleia estadual da APP em 2010. Apresentamos aos professores e servidores as propostas discutidas dias anteriores com a Seed (Secretaria de Estado da Educação)”, disse a presidente.

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Dentro da campanha salarial discutida ontem, Carvalho apontou pontos nos quais a categoria está insatisfeita. “Temos questões específicas, que envolvem a equiparação salarial de 25,97% e o chamamento de pelo menos 2.159 professores aprovados em concurso, mas que ainda não foram nomeados. Além disso, pedimos melhorias no sistema de saúde dos servidores e também a redução do número de alunos por sala de aula”, afirmou Carvalho. Em média, o professor hoje tem 50 alunos em sala, enquanto o ideal apontado pelo APP-Sindicato seria de 20.

Professores e servidores ouviram ontem as propostas discutidas entre a APP-Sindicato e a Seed.

Atualmente, o salário de um professor que começa trabalhando 40 horas semanais é de R$ 1.475,90 mais o auxílio transporte de R$ 430,56. “De um agente profissional, cargo em que também é exigido ensino superior, o piso é de R$ 2.401,57. Essa disparidade justifica os 25,97% de equiparação”, afirmou.

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Outro ponto criticado pelos professores é a precária situação de algumas escolas do Paraná, fato que acaba prejudicando a saúde dos servidores. “Tivemos alguns colégios reformados, mas muitas escolas pelo Estado deixam a desejar. A falta de equipamentos, estrutura e até mesmo segurança prejudica o ensino. São fatores que desgastam muito o professor, o que nos leva a outro item da pauta de reivindicações: a saúde”, relacionou o professor de geografia do Colégio Estadual Senador Atílio Fontana, em Toledo, oeste do Paraná, João Batista de Souza.

De acordo com ele, o Sistema de Assistência à Saúde (SAS) não cobre problemas de saúde frequentes dos professores. “Não temos atendimento para depressão e problemas fonoaudiólogos” citou.