Professores das escolas privadas ainda sem acordo

Os professores da rede privada de ensino enviaram formalmente na manhã de ontem uma proposta ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe) de parcelamento do reajuste salarial, que está sendo negociado desde janeiro deste ano, em até três vezes. As escolas oferecem um aumento de 7,5%, enquanto os professores querem 17,66%, equivalente à inflação calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) desde março de 2002. O Sindicato dos Professores do Estado do Paraná (Sinpropar) aguarda uma resposta das escolas. Existe a possibilidade de paralisação total se a negociação não atender às reivindicações da categoria. São 2.500 professores contratados em escolas particulares do Paraná.

O presidente do Sinpropar, Sérgio Lima, informa que a proposta prevê o repasse do reajuste nos meses de março, junho e setembro. “Isso zeraria o índice da inflação”, afirma. No ofício enviado ontem, não foi estipulado um prazo para as escolas se pronunciarem sobre o assunto. “O ideal seria um prazo de 48 horas, mas nós achamos que não seria necessário fixar uma data, até porque o sindicato das escolas já foi comunicado informalmente sobre isso”, conta Lima.

Segundo a assessoria de imprensa do Sinepe, a proposta dos professores deveria ter sido protocolada na sexta-feira passada para que pudesse ser analisada na assembléia que foi realizada anteontem pelo sindicato. Como isso não aconteceu, o sindicato recomendou que as escolas repassem o reajuste de 7,5%, já que a data-base dos professores é em março e as folhas de pagamento devem ser formuladas para a primeira semana de abril. Se houver um acordo para um reajuste maior do que esse, a diferença será compensada no mês seguinte.

Impasse

O impasse quanto ao índice de aumento continua sem previsão para acabar. De acordo com Lima, nas assembléias realizadas com os professores, já ficou decidido que eles não cederão. “Não tem como a categoria querer baixar o índice. Nós estamos flexibilizando, mas eles (as escolas) não”, avalia. Segundo o presidente, outro valor não poderia se aplicado porque a profissão de professor exige que a qualificação seja sempre atualizada, com a participação em cursos e com a compra de material didático. O Sinpropar alega que, enquanto o índice oferecido é de 7,5%, as mensalidades tiveram um aumento entre 12% e 15% em outrubro de 2002.

Lima conta que os professores podem parar de dar aulas se as negociações fracassarem. “Se a resposta não vier ou for negativa, primeiro vamos fazer os procedimentos legais”, afirma. De acordo com ele, depois haveria uma assembléia da categoria para definir a posição a ser tomada. “A possibilidade de paralisação é quase uma certeza e pode estar próxima”, explica Lima.

Se o índice de 17,66% não for atendido pelas escolas, o Sinpropar também pode entrar na Justiça do Trabalho. Primeiramente haveria uma tentativa de conciliação, mas, se um acordo não fosse firmado, o processo iria para julgamento e o órgão decidiria qual percentagem de reajuste as instituições aplicariam.

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