Professores da UFPR não vão aderir à greve nacional

Os professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiram ontem, em assembléia, não aderir à greve proposta pelas instituições federais de ensino superior. A paralisação deveria começar no dia 30 deste mês. Segundo o presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR), Cláudio Tonegutti, não havia mobilização suficiente dentro da instituição para levar o movimento adiante. Além disto, afirma que o momento político vivido em Brasília não é favorável.

Cerca de 80 professores participaram da assembléia na sede da administração da UFPR, no Centro Politécnico, que durou uma hora e meia. Claúdio disse que nem o indicativo de greve, aprovado nacionalmente no último dia 19, será mantido. Mas dependendo da decisão que o sindicato nacional tomar em relação ao movimento, a postura dos professores da UFPR pode mudar a qualquer momento. Os professores consideram que a crise política acabaria dificultando a negociação com o governo.

Segundo Cláudio, os professores não tiveram reajuste salarial desde o início do governo Lula. Eles querem receber de forma emergencial a inflação acumulada neste período, de 18%. O sindicalista explica que as negociações começaram em fevereiro, mas foram interrompidas depois que o governo anunciou reajuste de 0,1% para todos os servidores. ?Desde lá nada aconteceu?, reclama Cláudio.

Segundo material elaborado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andes), distribuído na assembléia, a categoria protocolou diversos pedidos de audiência com o ministro do Planejamento, mas não foi atendida. O material informa ainda que o salário da categoria deve ficar congelado também no ano que vem, pois o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2006 não prevê recursos para compensação das perdas salariais.

De acordo com Cláudio, um professor em início de carreira com um padrão de 40 horas semanais ganha R$ 1.200, incluindo o salário base e gratificações. Um professor com doutorado e dedicação exclusiva à instituição ganha R$ 3.400,00.

Calendário

A UFPR começou há pouco tempo o segundo semestre letivo. A última paralisação foi em 2001 e só no final de 2003 é que as aulas voltaram ao ritmo normal. Duas universidades federais já entraram em greve (Pará e Mato Grosso). Em 26 universidades, os funcionários também aderiram ao movimento. Hoje é a vez dos técnicos da UFPR decidirem se vão se juntar às outras instituições.

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