Professores ameaçam entrar em greve

Os professores das escolas particulares de todo o Paraná podem entrar em greve se os estabelecimentos de ensino não concordarem em pagar 16% de reajuste salarial. Este índice equivale a inflação do ano passado. Hoje à tarde, o Sindicato dos Professores do Estado do Paraná (Sinpropar) e o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe) se reúnem para discutir mais uma vez o reajuste. As negociações entre as duas entidades começaram no fim de janeiro deste ano. No Paraná, 20 mil professores atuam em 2.500 escolas particulares.

De acordo com o presidente do Sinpropar, Sérgio Lima, o encontro de hoje será decisivo para determinar os próximos passos dos professores. Se a proposta das escolas não for boa, Lima cogita uma paralisação total. “A princípio, a mobilização iniciaria na capital, mas se espalharia logo no interior, já que Maringá e Londrina têm situação semelhante”, afirma. Lima deixa claro que a intenção do sindicato é dialogar até o fim. “Se o índice chegar perto, há possibilidade de negociação”, garante.

As escolas particulares oferecem um aumento de 7,5%. O presidente diz que os professores não vão aceitar esse percentual. “O índice é muito menor do que a inflação do período. Além disso, no final do ano, as escolas aumentaram as mensalidades em 12% para mais. Eles estão com ganho extra”, explica Lima.

O último reajuste dos professores de estabelecimentos particulares aconteceu em março de 2002 e foi de 7,5%. De acordo com Lima, as escolas também querem impor um banco de horas, o que seria ilegar segundo a legislação da categoria.

A presidente do Sinepe, Maria Luíza Xavier Cordeiro, explica que os proprietários de escolas particulares se reuniram para definir o índice de reajuste salarial. Segundo ela, a decisão está mantida, mas as escolas vão continuar conversando com o sindicato dos professores. “Não há um percentual totalmente fechado. Não posso dizer que ele vai mudar, mas tem chance de ser negociado”, diz.

Maria Luiza conta que os proprietários das escolas determinaram o reajuste de 7,5% porque passam por dificuladades. “A situação não é só das escolas, é de todos os setores. Mesmo com o aumento das mensalidades, há muita inadimplência”, alega.

A presidente informa que outros pontos do contrato dos professores, as chamadas cláusulas sociais, também estão sendo negociadas. Elas abrangem a hora/atividade e a hora extra, entre outros. Segundo Maria Luíza, isto também influencia no salário total do professor.

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