O segredo da longevidade de Rosi Cler Durigan Nakai, 66 anos, vale para toda a família Durigan: “o vinho é o melhor remédio”. Há mais de 130 anos, a produção da bebida garante a sobrevivência e a prosperidade da linhagem italiana no Brasil. De humildes produtores rurais, eles passaram a empresários, proprietários da vinícola e das lojas que são hoje uma das principais atrações de Santa Felicidade.
A história da família, que chegou a Curitiba em 1878, é lembrada em cada detalhe das instalações da empresa. São painéis, quadros, antigos tonéis e até estátuas que contam a saga dos imigrantes que atravessaram o Oceano Atlântico no final do século 19. Hoje, quem toma conta do negócio é a quarta geração no Brasil, os bisnetos dos primeiros italianos no País.
Rosi Cler teve toda sua vida ligada aos negócios da família. O trabalho atual, de vendedora na loja ao lado da vinícola, já dura 33 anos. Mas o envolvimento na produção do vinho começou muito antes. “Com cinco anos eu já ajudava. A gente tinha pena dos nossos pais, que trabalhavam pesado. As garrafas eram lavadas uma a uma, com chumbo. Aqui era cheio de parreiras e a gente tinha orgulho de ver os visitantes que saíam dos restaurantes e vinham direto colher suas uvas”, conta.
As plantações da região foram dizimadas há cerca de 40 anos, por uma praga chamada pérola. Hoje, as uvas usadas na produção vêm do Rio Grande do Sul. Mas o trabalho da família e de Rosi Cler não parou. Em reconhecimento pela dedicação, o irmão Olívio, que administra o negócio, encomendou uma estátua com a imagem dela. Antes, seus pais, Rosalina e Bôrtolo, já haviam virado obras de arte.
Além de oferecer todos os tipos de bebidas produzidas pela família aos visitantes, Rosi Cler se orgulha em contar aos visitantes a história da família. “Eles lutaram muito pra construir tudo isso. Hoje é um orgulho ser uma atração para os turistas. Vir a Curitiba e não visitar Santa Felicidade é como ir a Roma e não conhecer o papa”.
| Allan Costa Pinto |
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