Procissão reúne centenas em Colombo

As baixas temperaturas que atingiram, ontem de manhã, Curitiba e outros municípios da Região Metropolitana não impediram que moradores de Colombo acordassem cedo para participar da festa de Nossa Senhora de Caravaggio, considerada a padroeira dos lavradores. A festa, já tradicional no município, acontece desde 1976 e reúne centenas de pessoas, inclusive vindas dos estados de São Paulo, Minas, Rio, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Centenas de pessoas se concentraram, às 5h30, em frente à Igreja Matriz de Colombo e, às 6h, saíram em procissão até a Igreja São Pedro, localizada na comunidade de Capivari, onde participaram de uma missa em ação de graças e de um almoço festivo. No total, caminharam por 12 km. Um caminhão do Corpo de Bombeiros carregou a imagem de Nossa Senhora.

Chegando à Igreja de São Pedro, que estava toda enfeitada para receber os visitantes, muitos fiéis se ajoelharam para rezar diante da imagem de Nossa Senhora de Caravaggio. No lugar, há uma sala onde pessoas que receberam graças deixam objetos, como muletas, cruzes, velas e fotografias, em sinal de agradecimento.

“Nossa Senhora de Caravaggio é considerada milagreira”, diz a catequista e uma das organizadoras da festa da Igreja São Pedro, Rosane Caron. “Vários casos de cura de pessoas doentes são atribuídos a ela. Não é à toa que, faça chuva ou faça sol, todo dia 26 de maio centenas de pessoas se reúnam para homenageá-la.” Segundo Rosane, a procissão e a missa em ação de graças já são uma tradição.

A missa em ação de graças contou com a participação do arcebispo de Curitiba, dom Pedro Fedalto, e de padres responsáveis por paróquias de Colombo.

Fiéis

Entre os fiéis presentes à celebração religiosa, dezenas tinham casos de milagres para contar, coisas para pedir e agradecer a Nossa Senhora de Caravaggio. Há cerca de 20 anos, o marceneiro aposentado Alceu Cardoso sofria devido ao aparecimento de uma hérnia. Pediu para ficar curado e foi atendido. “Todo ano agradeço a graça que recebi. Nossa Senhora de Caravaggio é muito bondosa. Ajuda a todos os que têm fé”, disse.

Já a dona-de-casa Maria Antônia Strapasson diz ter melhorado de problemas de pressão e coração. “Há 11 anos, eu estava muito doente e pedi ajuda a Nossa Senhora de Caravaggio”, conta. “Hoje, apesar de ainda depender de remédios, me sinto muito melhor. Não me canso de agradecer, pois vivo cheia de saúde.”

Santa apareceu em 1432

A devoção a Nossa Senhora de Caravaggio começou em 1432, no povoado de Caravaggio, na Itália. Lá, vivia uma camponesa de 32 anos, chamada Joaneta. Ela era conhecida por sua bondade e imensa devoção à Virgem Maria. Levava uma vida difícil e, constantemente, era vítima das agressões do marido, Francisco Varoli, que era violento e alcoólatra.

No dia 26 de maio de 1432, uma segunda-feira, Joaneta foi ao campo cortar capim para os animais domésticos. Eram 17h e ela tinha apenas uma hora para terminar o serviço. Com medo de não conseguir cumprir com suas funções e ser castigada pelo marido, começou a rezar. Instantes depois, a Virgem Maria lhe apareceu e pediu que tivesse fé e coragem para enfrentar os desafios da vida.

Também lhe encarregou de algumas missões: conversão à Lei de Deus na vida individual, familiar e social; oração e santificação do domingo; promoção da paz entre Milão e Veneza; além de união entre as igrejas do Oriente e de Roma. Quando a Virgem desapareceu, uma flor e uma nascente de água surgiram no lugar onde ela esteve.

Hoje, em Caravaggio, existe uma capela, que serve de centro de peregrinações, no local da aparição. Milhares de peregrinos vão até o santuário em busca de favores materiais e espirituais.

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