Prevenção à aids deve começar nas escolas

A prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), aids e gravidez precoce deve ser iniciada numa idade cada vez mais adiantada. Assim como a discussão da própria sexualidade. Para tanto, o Centro Paranaense da Cidadania (Cepac), em parceria com as secretárias Estadual e Municipal de Saúde e de Educação, a Unesco, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Coordenação Nacional de DSTs/Aids do Ministério da Saúde está ministrando um curso de preparação para professores da Grande Curitiba abordarem o problema junto a seus alunos. As atividades se estendem até o fim da próxima semana.

Segundo o presidente do Cepac, Toni Reis, o curso vai fazer com que os professores fiquem mais preparados para discutir e alertar seus alunos sobre os problemas. “Em lugar daqueles velhos modelos de exposição de teorias e fatos aos alunos, pregamos que os professores devem discutir os temas a partir de situações existentes no cotidiano dos próprios estudantes”, explicou Toni.

Segundo a professora de Métodos e Técnicas de Prevenção da UFPR, Araci Asinelli da Luz, a principal dificuldade de se tratar desses temas é a auto-suficiência dos jovens e dos adolescentes. “Os jovens, embora saibam dos métodos de prevenção, muitas vezes acham que a doença ou a gravidez não vai acontecer com e eles”, explicou Araci. Outro ponto citado como barreira é o fato de os adultos ainda terem muito preconceitos contra os preservativos.

A professora do ensino fundamental da Escola Municipal Anita Mehry, Ednéia Adorno, afirmou que sua participação no curso será importante para o melhor contato com os alunos. “Os pais muitas vezes depositam uma grande confiança nos educadores. Esses tipos de situação devem ser discutidas cada vez mais cedo”, disse.

Conforme dado da Coordenação de DSTs/Aids, o número de casos de aids entre os jovens entre 20 e 29 anos, no período de 1980 e 2001, foi de 676.736.

Antônio Carlos Azie Cardoso, o Cacá Brasil, de 32 anos é soropositivo há 12. Ele profere gratuitamente palestras sobre a doença em escolas. No Programa Portador Saudável ele divulga a possibilidade de se conviver com o vírus sem ter a expectativa de vida tão reduzida. “Me sinto como uma criança, tenho muito ainda por viver”, disse. Ele pretende levar seu programa para os municípios brasileiros numa bicicleta. Como primeira etapa pretende visitar os litorais paranaense e catarinense. As escolas interessadas em que Cacá palestre a seus alunos pode encontrá-lo pelo telefone (41)9141-4199.

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