Preservação do mico-leão é discutida em Paranaguá

Integrantes do Comitê Internacional das Espécies Ameaçadas, vindos de diversas regiões do Brasil e de outros países, participam até amanhã, no Hotel Gamboa, em Paranaguá, de um encontro para discutir formas de preservação dos micos-leões, presentes nas florestas remanescentes da Mata Atlântica brasileira.

Segundo o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), José de Anchieta dos Santos, nas florestas habitam as únicas quatro espécies do gênero existentes no planeta: mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), mico-leão-da-cara-dourada (L. chrysomelas), mico-leão-preto (L. chrysopygus) e mico-leão-da-cara-preta (L. caissara).

Todas as espécies estão ameaçadas de extinção. José conta que os micos, assim como araras e papagaios, são tirados da natureza e levados para ser vendidos como animais de estimação ou fazer parte do acervo de colecionadores. “Há muito interesse em torno dos animais em extinção. Sabemos que, principalmente fora do Brasil, existem pessoas que pagam caro para ter um.”

Em relação aos micos-leões, o diretor revela que, muitas vezes, as pessoas os compram e depois os acabam abandonando. “São animais que, com o tempo, se tornam agressivos”, diz. “As pessoas os adquirem como animais de estimação, mas não os querem mais quando eles ficam mais velhos e passam a ter um comportamento indócil. Enquanto as pessoas não tomarem consciência e deixarem de pagar para ter um mico-leão, as espécies não vão sair da lista de animais ameaçados.”

A extinção também é causada pela destruição das florestas de Mata Atlântica, reduzidas a apenas quatro por cento da cobertura original. “Diminuindo as florestas, o habitat dos micos-leões também é reduzido. A melhor forma de preservar as espécies é conservar seu habitat”, revela José. Também como estratégias de preservação dos primatas, o Ibama está fazendo contato com o consulado de países estrangeiros para que os animais exportados voltem para o Brasil e intensificando a fiscalização nas fronteiras. “Contamos com o apoio das polícias rodoviárias, Federal, estaduais e florestais”.

Atualmente, existem cerca de mil micos-leões-dourados, entre 6 mil e 15 mil micos-leões-da-cara-dourada, cerca de mil micos-leões-pretos e de quatrocentos micos-leões-da-cara-preta. No ano passado, o Ibama apreendeu 132 mil animais, entre eles mico-leões, que estavam sendo retirados da natureza para ser vendidos.

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