Moradia popular

Prefeitura entrega sobrados novos no Tatuquara

Mais de 200 famílias da ocupação irregular Bela Vista da Ordem, no Tatuquara, estão deixando habitações precárias em beira de rio e passando a viver em novos sobrados do Moradias Boa Esperança III, empreendimento construído no mesmo bairro para reassentar moradores que vivem em situação de risco social.

Até a metade de dezembro, as 312 unidades do conjunto terão sido totalmente ocupadas. Além das 232 famílias da Vila Bela Vista da Ordem, estão sendo transferidas para as novas casas 60 famílias da vila Beira Rio, também no Tatuquara, e 20 famílias das vilas 23 de Agosto e Ulisses Guimarães, no Pinheirinho e Terra Santa, no Tatuquara.

“São cidadãos que estão saindo de condições insalubres de habitação para morar em casas de boa qualidade, em um bairro que tem recebido grande volume de investimentos em equipamentos e serviços públicos. As famílias deixam para trás um passado de sofrimento e passam a viver de maneira mais digna”, afirma o presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), Ibson Campos.

O Moradias Boa Esperança III foi construído com investimento de R$ 11,7 milhões, recursos do programa Minha Casa Minha Vida. São dez casas térreas e 302 sobrados de dois quartos. As casas térreas foram reservadas para idosos com laudo médico indicando dificuldade de locomoção e para pessoas com deficiência. Conforme os caminhões de mudança partem da vila de origem em direção ao novo empreendimento, as moradias precárias são demolidas, para evitar que ocorra uma nova ocupação.

Sapato extra

A vendedora Franciele Leal, 24 anos, morou na vila Bela Vista da Ordem por sete anos, com o marido Everson e os três filhos. Entre os problemas de viver na ocupação irregular, ela destaca o fato de precisar levar um sapato extra para o trabalho nos dias de chuva. “A lama era tanta, que quando chovia eu tinha que levar outro par de sapatos na bolsa”, conta ela, que trabalha em um shopping da cidade. 

Segundo ela, é difícil arranjar ânimo para limpar a casa vivendo em beira de rio. “Não dá vontade de arrumar, porque é muita sujeira, que vem do rio, poeira, ratos, mau cheiro. Mas na casa nova tudo será diferente, vai ficar sempre tudo em ordem”, garante Franciele.

A aposentada Maria Jandira Correia, 64 anos, viveu por cinco na mesma vila e também espera vida nova no Moradias Boa Esperança III. “Na favela a gente não tinha liberdade para nada, as casas eram todas amontoadas, perto do rio, era perigoso para as crianças principalmente. Agora nossa vida vai melhorar, adorei o sobrado e o conjunto todo”, ressalta.

A auxiliar de limpeza Vilma Fernandes Machado, 54 anos, era só alegria no dia da mudança para o novo sobrado, após nove anos vivendo na ocupação. “É muita felicidade saber que estamos indo para um lugar melhor, para levar uma vida com mais qualidade, longe da sujeira e do valetão. É um sonho realizado”, finaliza.

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