Prefeitura e governo do PR brigam por grades retiradas

Embora as grades que cercavam o Palácio Iguaçu pertençam à Prefeitura de Curitiba, o governo paranaense é quem quer decidir qual será o novo destino delas, uma vez que elas estavam instaladas numa área pertencente ao Executivo estadual. Boa parte do alambrado foi encaminhada para o Batalhão Coronel Dulcídio, no bairro do Tarumã (zona leste), logo no início da manhã de ontem, quando cessaram os trabalhos. O restante do material ficou na calçada até um caminhão carregá-lo para o batalhão, no fim da manhã.

Segundo o Departamento de Estado de Construção de Obras e Manutenção (Decom), a decisão de realizar esse trabalho sem alardes teve por finalidade evitar que o tráfego de veículos e pedestres no Centro Cívico fosse prejudicado. “Nada foi feito para o desconhecimento geral. Optamos por fazer a obra sem transformá-la num ato político para não haver aglomerações de pessoas, não atrapalhar o tráfego e não perdermos um tempo maior do que o necessário para a execução deste trabalho”, declara o diretor-presidente do Decom, Cezar Benoliel.

A retirada das grades começou por volta das 22h30 de segunda-feira e terminou às 7h de ontem. Cerca de quinze pessoas estiveram envolvidas no trabalho. A empresa contratada para a realização do serviço foi a Transporte Rodoviário Sorriento. Segundo Benoliel, a escolha se deu por intermédio de carta-convite que foi enviada para três empresas. “O custo da operação foi de pouco mais de R$ 5 mil, o que dispensou a abertura de um processo licitatório”, esclarece.

As grades estavam instaladas numa extensão de 350 metros. Elas foram instaladas depois que membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) montaram um acampamento na Praça Nossa Senhora de Salete, em 2000. “Todo esse espaço que estava cercado foi devolvido ao povo, para ele poder usufruir da forma que desejar. Seja protestando, seja festejando”, diz Benoliel.

O diretor-presidente do Decom se diz emocionado com a execução da obra. “É impressionante como essa pequena intervenção reavivou todo o local. Libertamos o Palácio Iguaçu”, comemora. Sobre o que o governo pretende fazer com as grades, Benoliel é categórico: “O governador é quem vai resolver essa questão”.

A Prefeitura de Curitiba, por sua vez, diz que aguarda o governo do Estado liberar as grades para instalá-las ao redor da nova sede da Associação dos Deficientes Visuais do Paraná (Adevipar), que será construída no Bairro Novo. O terreno onde será a nova sede foi cedido pela Prefeitura e o projeto da obra foi desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

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