A Rede Paranaense de Comunicação (RPC) tem até hoje para entregar a fita original da matéria que mostrava o chefe da Divisão de Cemitérios da Prefeitura de Curitiba, Juarez Lopez de Oliveira, negociando um lote no Cemitério Municipal São Francisco de Paula. A reportagem apresentada no programa Fantástico, da Rede Globo, no dia 24 de novembro, mostra supostamente Juarez cobrando propina para dar prioridade na negociação do lote.
O promotor de Proteção ao Patrimônio Público do Ministério Público Estadual, Fábio Guaragni, destacou que pedido da fita à RPC foi feito no dia 27 de novembro, tendo a empresa dez dias úteis para entregá-la. “Caso ela não entregue vamos fazer novo pedido. Em último caso podemos até pedir um mandato de busca e apreensão”, disse o promotor, destacando que isso provavelmente não será necessário. “Deve estar demorando porque a fita foi editada no Rio. Depois de ter o material em mãos, vamos encaminhá-la à perícia da Polícia Científica”, explicou, lembrando que o melhor seria se a fita repassada ao MP fosse bruta, sem edições.
Guaragni explicou que existem duas possibilidades de análise do material. A primeira no caso da pessoa interessada em comprar o lote ser um repórter disfarçado. Nesse caso, a fita é prova de existência de um crime, mas seriam necessárias outras provas com pessoas que realmente foram lesadas. Na segunda hipótese, o comprador é verdadeiro. Assim a própria fita pode ser utilizada contra o chefe da Divisão de Cemitérios.
O promotor confirmou que o resultado da sindicância administrativa da Prefeitura de Curitiba chegou em suas mãos ontem. A assessoria de comunicação da Prefeitura comunicou que além de Oliveira, o diretor do Departamento de Serviço Funerário, Geonísio Cesar Marinho e mais quatro funcionários de segundo escalão foram afastados e vão responder processo administrativo, que pode inclusive render demissões. O nome dos outros envolvidos só será divulgado após a publicação em Diário Oficial, o que deve acontecer amanhã.
Além de todo esse material, os arquivos do MP com reclamações contra o Serviço Funerário de Curitiba de maneira geral também foram anexados aos instrumentos da investigação.
Já na Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública a investigação ainda não iniciou. O delegado titular, Guaraci Joarez Abreu, disse que aguarda para essa semana a fita e a sindicância da Prefeitura. “Por enquanto tudo que sei é pela imprensa”, confirmou.