PR pode ter mais 36 mil infectados com vírus HIV

Mais de 36 mil pessoas podem estar infectadas com o vírus HIV, causador da aids, no Paraná e não sabem da doença. O número é uma projeção da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), levando em consideração os 12.557 casos já confirmados desde o primeiro registro, em 1984, até 2002.

“Numa perspectiva otimista, temos três pessoas infectadas para cada caso confirmado, mas pode chegar a cinco”, diz a médica infectologista Maria Cristina Assef, coordenadora adjunta da área de DST/Aids da Secretaria da Saúde. Esse é o público que a Secretaria pretende atingir com a campanha Fique Sabendo, lançada no final de semana pelo Ministério da Saúde, e que tem o objetivo de incentivar a realização do exame de aids.

A campanha começou a ser veiculada no dia 1.º e permanece até o dia 18 nas emissoras de TV, rádio, revistas e jornais. Também foi distribuído material informativo folders, bottons, cartazes em todos os estados. No Paraná, as 22 Regionais de Saúde iniciaram ontem o repasse dos materiais aos 399 municípios. “Já fizemos uma orientação prévia aos profissionais de saúde para incentivarem a realização do exame e, agora, o material informativo orienta as pessoas a procurarem as unidades de saúde para fazer os testes”, explica Maria Cristina.

O diagnóstico precoce é a principal forma de aumentar a qualidade de vida dos pacientes, assim como a eficácia do coquetel de medicamentos. “A minoria das pessoas faz o teste precoce e aí acaba descobrindo já em estágio avançado da doença”, lembra a médica. O resultado da falta de diagnóstico precoce acaba sendo refletido na taxa de mortalidade. Dos 12, 5 mil infectados de Aids no Paraná, 4.723 morreram. “Uma taxa de mortalidade de mais de 30% é muito alta e poderia ser diminuída com a realização do teste”.

Teste gratuito

O teste de aids é gratuito e pode ser realizado nas unidades de saúde dos 399 municípios do Estado. Além disso, a Secretaria da Saúde possui 18 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), em municípios-pólo (Paranaguá, Curitiba, São José dos Pinhais, Ponta Grossa, Guarapuava, Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Cascavel, Toledo, Paranavaí, Maringá, Arapongas, Ivaiporã, Londrina, Cornélio Procópio, Apucarana e Colombo). Os CTAs realizam os exames e possuem uma equipe multidisciplinar, formada por enfermeiros, médicos e psicólogos que dão o acompanhamento e as orientações ao paciente.

Quem deve realizar o exame

“Os testes são sempre anônimos, por isso a pessoa não tem motivo para ficar constrangida”, diz Maria Cristina. Segundo ela, algumas pessoas acabam indo doar sangue para ver se tem o vírus da aids, em vez de fazer o exame em laboratório. Se a doação for feita no período da janela imunológica de uma semana a seis meses, dependendo da pessoa o vírus pode não se manifestar, mesmo estando presente. “Além de não ser a maneira indicada de realizar o exame, a pessoa pode estar colocando outras em risco”, alerta.

Das 2,5 mil doações de sangue que as 24 unidades da rede Hemepar do Paraná recebem por mês, cerca de 20% são descartadas por problemas com a sorologia (além da aids, sífilis, malária, hepatites).

Todas as pessoas que já ficaram expostas alguma vez ao vírus HIV (fazendo sexo sem camisinha ou compartilhando seringas) devem fazer o teste. Os resultados ficam prontos entre 15 e 30 dias, dependendo do local da realização do exame.

Dos 12,5 mil casos de aids registrados até 2002 no Paraná, a maioria foi em adolescentes e adultos maiores de 13 anos. A taxa de mortalidade nessa faixa etária ficou em 37,9%. Em crianças menores de 13 anos foram registrados 505 casos, com taxa de mortalidade de 30,1%.

Quando fazer o teste de aids?

– Pelo menos dois meses após relação sexual sem utilizar camisinha;

– Pelo menos dois meses após compratilhar seringas ou agulhas;

– Toda gestante durante o pré-natal.

fonte: Ministério da Saúde

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