Telefone mudo

Poucos orelhões funcionam no litoral

Quem passa férias no litoral geralmente precisa telefonar periodicamente para suas cidades de origem com o intuito de conseguir notícias de casa, de familiares e amigos.

Porém, nas praias do Paraná, muita gente tem tido que utilizar exclusivamente o celular para esta missão. Em muitos balneários, os orelhões instalados em vias públicas estão depredados ou fora de funcionamento.

Em Praia de Leste, um orelhão instalado na frente do estabelecimento comercial da empresária Lucilene da Cruz Lopes fica mudo com frequência. “O telefone funciona em um dia e fica sem sinal em outro. Já aconteceu de eu estar sem crédito no celular, precisar utilizar o orelhão e não conseguir”, afirma.

No balneário de Canoas, até o último sábado, a estrutura de um orelhão era vista caída na calçada, bem em frente à praia. A situação é criticada pelo advogado Henrique Natal da Silveira, que passou o final de semana no local. “É um absurdo que uma coisa dessas aconteça. É um serviço que está indisponível à população e pode fazer falta em uma situação de emergência”, comenta.

Allan Costa Pinto
Vandalismo inutiliza, por mês, 7,3% dos aparelhos existentes.

Nos balneários vizinhos de Grajaú e Marisol, quase todos os telefones públicos existentes estão fora de funcionamento. Quando necessitam de um, os moradores e veranistas dos locais acabam tendo que ir a outra praia vizinha, a de Ipanema, que fica a cerca de um quilômetro de distância.

“O problema é que, muitas vezes, em situações de emergência, não dá tempo de ir até Ipanema. Em Grajaú, faz tempo que a gente não encontra um telefone público funcionando”, diz o morador de Marisol, Valdomiro Santana.

Vandalismo

A operadora de telefonia Oi, responsável pelos orelhões instalados no litoral, informa, através de sua assessoria de imprensa, que já acionou técnicos especializados para vistoriar os telefones públicos, citados pela reportagem, no litoral do Paraná. “Constatado que os aparelhos estão danificados, o reparo será executado o mais breve possível”, informou a empresa.

Segundo a operadora, os equipamentos instalados em vias públicas sofrem danos diários em função de vandalismo. “Em 2010, dos cerca de 60 mil orelhões instalados no Estado do Paraná, 7,3%, em média, foram danificados a cada mês”, comunicou a empresa. No ano passado, cerca de 500 campânulas (que são as estruturas que protegem os aparelhos de telefone) foram vandalizadas no Estado, mensalmente.

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