Sobe um, sobe geral

Postos usam reajuste para aumentar preço de tudo

Quem precisa abastecer o carro em Curitiba e região metropolitana já está sentindo no bolso o aumento no preço da gasolina, autorizado pela Petrobras na última sexta-feira. Diversos postos de combustíveis começaram a trabalhar com os novos valores a partir da 0h de sábado, antes mesmo de receberem novos carregamentos com valores reajustados. Uma das reclamações dos consumidores é que o preço do etanol também subiu, apesar de a petrolífera ter anunciado apenas a subida da gasolina (4%) e do óleo diesel (8%).

É o segundo aumento do ano para a gasolina – o anterior foi em janeiro. Já para o diesel, é o terceiro em 2013 – os outros foram em janeiro e março. De acordo com o Sistema de Levantamento de Preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), divulgado semanalmente, o preço médio da gasolina em Curitiba na última semana era de R$ 2,87. Um novo levantamento será divulgado na próxima segunda-feira, mas postos já trabalham com valores próximos aos R$ 3,00 por litro, o que representa acréscimo de R$ 0,10 em relação aos R$ 2,89 praticados antes do anúncio. Já o litro do etanol passou de R$ 1,89, em média, para R$ 1,99.

Alguns estabelecimentos aproveitaram para aumentar o preço do litro do etanol, gerando reclamação dos consumidores. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado do Paraná (Sialpar), Miguel Tranin, não há motivo para o reajuste do preço do derivado da cana-de-açúcar. Mas ele admite influência indireta da elevação do diesel nas refinarias. “Se o crescimento do preço da gasolina ajuda na competitividade, o aumento do diesel praticamente equilibra tudo. Hoje o setor está muito mecanizado e o diesel tem grande impacto no custo de produção do etanol”, aponta.

Em nota, o sindicato que representa os postos no Estado se exime de responsabilidade pelas altas. “O Sindicombustíveis-PR informa que não interfere na formação dos preços dos combustíveis e que por isso não pode comentar o aumento autorizado pela Petrobras. O sindicato lembra ainda que o mercado é livre e que eventuais abusos devem ser investigados pelas autoridades competentes”, diz o comunicado.