Todas as quartas-feiras, um grupo de pessoas de baixa renda de vários municípios da Região Metropolitana de Curitiba se reúne, no Centro Comunitário Santo Afonso, na capital, para comerciar entre os próprios integrantes, no sistema de escambo, verduras, outros tipos de alimentos e produtos artesanais de produção própria. A iniciativa é mantida pela Igreja do Perpétuo Socorro e vem sendo promovida desde outubro do ano passado.

Atualmente, 160 pessoas cadastradas participam da atividade, que recebeu o nome de Economia Solidária. Dentro do Centro Comunitário, elas utilizam uma moeda própria, denominada “pinhão”. Ao fazer o cadastramento, cada pessoa recebe vinte pinhões, que começam a girar à medida que os negócios começam a ser efetivados.

“Existem moedas de 0,5 pinhão, que corresponde a R$ 0,50, a 5 pinhões, o equivalente a R$ 5,00”, explica a assistente social Leila Pires, que é uma das coordenadoras da atividade. “O principal objetivo do comercio é a valorização do trabalho das pessoas cadastradas, já que elas comerciam produtos feitos por elas mesmas.”

Participantes

Na manhã de ontem, os participantes da Economia Solidária se reuniram para uma nova rodada de negociações. A dona de casa Tereza Fogaça vendia temperos prontos, bolos e roupas. Comprava principalmente verduras para a família. “Tudo que compro no Centro Comunitário é utilizado no sustento de minha família. Tenho marido e quatro filhos que consomem os produtos feitos pelos outros participantes”, contou.

Já a dona de casa Maria Aparecida da Silva participou da rodada de negociações com a intenção de comprar batatas, pepino e quiabo. De produção própria, ela vendia bolachas, salgados, cebolinha, salsinha e couve. Ela revelou se sentir feliz pelo fato de produzir mercadorias que são bem recebidas pelos outros participantes. “Trago meus produtos e nunca sobra nada. É sinal de que as pessoas gostam do que faço”, declarou.

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