Ponte histórica em Ribeirão Claro ameaçada

Ainda não existe uma data definida para começar as obras de restauração da ponte pênsil Alves Lima, sobre o Rio Paranapanema, que liga o município de Ribeirão Claro, no Paraná, a Chavantes, em São Paulo. A data prevista no cronograma para o início das obras era 17 de dezembro do ano passado, mas a documentação ainda não ficou pronta. O governo do Paraná assinou o convênio no último dia 16, mas ainda falta o governo do estado vizinho.

A ponte, construída na década de 1920, foi tombada pelos dois estados. Possui um inestimável valor histórico, além de ser uma das únicas três pênseis construídas no Brasil. A mais famosa é a Hercílio Luz, em Florianópolis, toda de ferro, mas que está interditada para o tráfego devido ao comprometimento da sua estrutura. A outra fica em São Vicente, litoral de São Paulo.

A restauração, que deve custar R$ 1,8 milhão, será patrocinada por uma empresa privada. A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) fará o trabalho como contrapartida pelo alagamento de terras na região. A companhia tem o controle da Hidrelétrica de Ourinhos, que em 2004 fechou suas comportas para formação de um lago e colocou em funcionamento três turbinas. Além disso, a CBA também construiu outra ponte de concreto, entregue em 2005, para preservar a antiga.

Só após a assinatura do convênio entre os dois estados é que a ordem de serviço será emitida. A obra deve ter a duração de nove meses. A diretora da Formate Projetos e Restauro, empresa contratada pela CBA para gerenciar o projeto, Rosana Delellis, acredita que o processo todo deverá estar concluído em breve, uma vez que os contatos com o governo de São Paulo estão em estágio avançado.

A ponte vem sofrendo processo de deterioração causado pelo tempo e pela ação de vândalos. Apesar de a estrutura de concreto e dos cabos de aço, responsáveis pela sua sustentação, grande parte é de madeira. Vândalos já tentaram atear fogo ao material, que ameaça desabar. Nem pedestres são autorizados a passar por ela. Depois de reformada, será aberta para passagem, mas será proibido o acesso de caminhões, já que a outra ponte fica há apenas uns duzentos metros.

Construída na década de 20, a via era uma das principais ligações entre o norte do Paraná e o sudeste de São Paulo, quando ajudou a impulsionar a economia da região.

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