Ponte da Amizade liberada provisoriamente

Motoristas paraguaios liberaram provisoriamente, na noite de quarta-feira, o tráfego de veículos e pedestres na Ponte Internacional da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai. A travessia permaneceu bloqueada das 12h de terça-feira às 22h de quarta-feira em protesto à apreensão de táxis e vans com placas do país vizinho pela Receita Federal (RF), causando grande tumulto e impedindo que pedestres, carros e ônibus cruzassem a ponte.

A categoria aguarda uma solução para o impasse durante uma reunião entre os presidentes Nicanor Duarte e Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente brasileiro viaja amanhã para o Chile, onde participará da cerimônia de posse da presidente Michelle Bachelet. Ainda em território chileno, tem agendada uma reunião bilateral com Duarte. Um dos pontos da conversa entre os dois será a fiscalização brasileira na Ponte da Amizade.

Irredutível

Apesar da perspectiva de boas notícias vindas do encontro, a delegacia local da Receita já anunciou que continuará com a estratégia de apreender veículos que transportem mercadorias ilegais. ?Se vocês vieram para nos pedir para liberar os veículos apreendidos ou flexibilizar os controles, é melhor nem começar essa reunião?, disse José Carlos de Araújo, delegado-chefe da Receita em Foz, abrindo um encontro realizado ontem à tarde com representantes da Prefeitura de Ciudad del Este, do órgão de trânsito daquela cidade, o Dinatran, da Polícia Rodoviária Federal, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e dos consulados dos dois países.

Araújo deixou claro que não vai liberar os veículos apreendidos na terça-feira com contrabando. Informou ainda que outros cinco veículos foram apreendidos ontem. Todos eles foram lacrados e encaminhados para o pátio da Receita. O prefeito de Ciudad del Este, Javier Zacarias Irun, protestou. ?Isso é desumano. Os motoristas foram surpreendidos e eles não são criminosos. Se um passageiro transportando cocaína é preso durante o transporte, o motorista não pode ser responsabilizado?.

O cônsul do Brasil em Ciudad del Este, Antônio Fernando de Castro Mello, disse que o não cumprimento pelo país vizinho de um acordo assinado no ano passado, onde assumia o combate ao contrabando, foi responsável pela situação. Os motoristas que organizaram o protesto alertam que caso a fiscalização não seja diminuída na fronteira após o encontro dos presidentes, a fronteira deve ser fechada novamente na próxima semana.

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