Policiais federais cruzam os braços em dia de protesto

Policiais federais de todo o País fizeram ontem um dia de paralisação. Eles protestaram contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 549, aprovada na Câmara dos Deputados, em Brasília, e também contra um anteprojeto de lei orgânica, que está no Ministério da Justiça e trata da carreira dos policiais.

O Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef-PR) não soube precisar quantos policiais cruzaram os braços ontem no Estado, mas garantiu que o atendimento à população não foi prejudicado, tendo apenas ficado mais lento.

Segundo o Sinpef, a Superintendência da PF em Curitiba e mais sete unidades (Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina, Maringá, Cascavel, Paranaguá e Guaíra) aderiram à paralisação.

O presidente do Sinpef, Sílvio Jardim, explica que a PEC 549 atende apenas aos anseios dos delegados, deixando de lado os outros cargos, como agentes, peritos e escrivães, por exemplo. Mas a principal reivindicação da categoria é com relação à ascensão na carreira e a valorização do mérito do policial, discutidas no anteprojeto de lei.

Segundo Jardim, o policial que é agente, por exemplo, e deseja ser delegado, tem que fazer um novo concurso público para isso. “Ele tem que concorrer com outras pessoas que sequer têm experiência. Nossa capacitação não é levada em consideração. Se esses critérios fossem alterados, os comandos seriam experientes, o que muitas vezes não acontece. Isso tudo vem gerando uma animosidade muito grande na Polícia Federal”, critica.

Além das mudanças nos critérios de ascensão na carreira, os policiais reivindicam ainda a desburocratização das polícias e mais valorização da ciência policial. “Hoje ainda trabalhamos com o inquérito, que é um instrumento meramente informativo. É preciso modernizá-lo. Entendemos que a polícia tem que ser moderna, ainda mais na sociedade violenta em que vivemos”, comenta.

De acordo com Jardim, a categoria almeja que o anteprojeto de lei orgânica nem saia do Ministério da Justiça. “Se isso acontecer, há a possibilidade de greve”, adianta.

O Sindicato dos Policiais Federais (Sindipol), em Brasília, também garante que novas manifestações estão programadas. A assessoria de imprensa da Polícia Federal, em Brasília, não se manifestou sobre a paralisação de ontem.

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