Polícia Militar ensina autodefesa a magistrados

Não é de hoje que juízes e promotores de justiça, principalmente aqueles que lidam diretamente com a área criminal, sofrem agressões e recebem ameaças de morte. Entretanto, o problema veio realmente à tona e trouxe medo a centenas de profissionais há poucos meses, quando os juízes Antônio José Machado, de Presidente Prudente (SP), e Alexandre Martins de Castro, de Vitória (ES), foram assassinados por criminosos.

Para diminuir o temor entre a categoria e contribuir para que juízes e promotores fiquem mais atentos e saibam se defender de possíveis atentados contra a própria vida ou à integridade física de familiares, a Polícia Militar, a pedido do Tribunal de Justiça, criou um curso de autodefesa especialmente voltado a juízes, promotores, delegados de polícia e oficiais. As aulas tiveram início ontem, na Academia Militar do Guatupê, em Curitiba, e serão administradas até a próxima sexta-feira.

“Essa integração entre PM e Tribunal de Justiça é bastante importante, pois quando um dos poderes é atingido de forma tão covarde quanto o que está acontecendo com o Judiciário, todos os demais são abalados”, declara o presidente do TJ, Oto Luiz Sponholz. “É preciso dar uma resposta rápida no sentido de coibir esse verdadeiro estado paralelo, restabelecendo o estado democrático de direito através do fortalecimento das instituições.”

O curso ministrado pela PM é composto de cinco módulos: atentados; contra-sabotagem explosiva; conduta preventiva contra atentados; direção técnica evasiva e ofensiva; e tiro defensivo básico. “Os profissionais estão recebendo orientações básicas de autodefesa, que podem ajudá-los a escapar de situações de perigo”, informa o comandante da Academia Militar do Guatupê, coronel Luiz Alberto Gonçalves Ekermann. “O simples fato de estar atento às pessoas que estão ao redor no trânsito e evitar uma vida repleta de rotina podem fazer com que uma pessoa consiga evitar um assalto ou seqüestro. Também estamos conscientizando os magistrados a não ignorarem ameaças e, sempre que preciso, solicitarem a ajuda da polícia.”

Segundo o presidente do TJ, o curso ministrado pela PM é apenas a primeira medida prática para garantir a segurança e a integridade de juízes e promotores. Estão sendo estudadas a instalação de portas detectoras de metais em fóruns e varas criminais, a colocação de identificadores de chamadas em telefones, a varredura de linhas telefônicas nos fóruns para se evitar grampos e a disponibilização de um número especial de emergência para que juízes e promotores possam entrar em contato com a polícia, pedindo informações ou socorro.

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