Seguir o bom senso ou respeitar a sinalização de trânsito. Esse é o impasse enfrentado pelos motoristas que passam pelo cruzamento das ruas Cândido Lopes e Ébano Pereira, no centro de Curitiba. Isso porque quem vem pela Cândido Lopes, por vezes, se depara com a placa de sinalização apontando para o sentido contrário ao fluxo real da Ébano Pereira. A placa está mal fixada na base a ponto de qualquer pessoa ou um vento mais forte movimentar o eixo de sinalização para qualquer sentido, inclusive, o oposto ao fluxo da Ébano Pereira. 

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Pelas explicações da Urbanização de Curitiba (Urbs) a placa, instalada à esquerda da Cândido Lopes, na quadra ocupada pela Biblioteca Pública do Paraná, deveria orientar os motoristas que vêm pela Ébano Pereira sobre o sentido da Cândido Lopes. Porém, como ela adquiriu esse caráter giratório, com relativa frequência, acontece da placa mudar de direção, indicando ao motorista que trafega pela Cândido Lopes para virar na contramão da Ébano Pereira. “Todo dia eu vejo carro subindo a Ébano Pereira na contramão, por sorte, nunca testemunhei um acidente”, conta a vendedora Andrea Alves Lourenço. “Quem não é de Curitiba, certamente acaba seguindo errado a sinalização”, avalia.

Para o Arlindo Cavalim, que trabalha no Centro há 20 anos, tal placa não tem qualquer serventia. “No local onde ela está instalada, quem segue pela Ébano Pereira nem nota a sinalização e, quando está virada para o motorista da Cândido Lopes, se ele respeitar a orientação errada, bate o carro”, avalia Cavalim.

Para o pipoqueiro José Altamir Flutuoso, que há 25 anos trabalha na região, a “placa giratória” deixa evidente a situação precária da sinalização daquela região. Ele conta que decidiu trocar a esquina da Cândido Lopes com a Rua Doutor Muricy pela esquina com a Rua Ébano Pereira, após um caminhão quase invadir o espaço onde ele costuma estacionar o carrinho de pipoca. “Por sorte era em um dia que não estava trabalhando”, relata. Entretanto, apesar da mudança de esquina, o pipoqueiro segue observando os problemas de sinalização. “Já vi cinco atropelamentos porque não há um sinal para pedestre, porém, preciso enfrentar o risco para garantir minha renda”, conta.

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O problema da sinalização é reforçado por outra irregularidade no cruzamento, a ausência de uma placa, com a mesma finalidade, para mostrar a direção fluxo da Ébano Pereira para quem vem pela Cândido Lopes.

O coronel Loemir Matos de Souza, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), não soube precisar o número de acidentes e atropelamentos no cruzamento, mas garantiu que até quinta-feira (24) isso seria informado.

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Correção

A Urbs explicou que uma equipe irá verificar e corrigir as duas situações – a placa giratória e a ausência de sinalização – até o início da próxima semana. A empresa disse que já era de conhecimento dos técnicos o sumiço de uma das placas e, assim como no caso da que está mal fixada, a explicação é a ação de vândalos. Pelas estatísticas da Urbs, por mês, são repostas 250 placas de sinalização em Curitiba, por conta da depredação, o que representa um gasto mensal de R$ 100 mil.

Além do reparo previsto para o cruzamento, o Centro de Curitiba será contemplado no cronograma de obras da prefeitura. De qualquer forma, a assessoria da Urbs solicita que as pessoas utilizem o telefone da Central de Informações (156) para comunicar qualquer problema de sinalização de trânsito na cidade.