Piraí do Sul homenageia Nossa Senhora das Brotas

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Ano passado, 15 mil pessoas participaram da festa.

A 124.ª Festa de Nossa Senhora das Brotas acontece amanhã, em Piraí do Sul. O culto a Nossa Senhora das Brotas faz parte da história do município e hoje se transformou em uma das mais tradicionais festas religiosas do Paraná. No ano passado, cerca de 15 mil pessoas participaram das festividades, mas dessa vez, como a festa ocorrerá numa segunda-feira, o organizador do evento, padre Silvio José Breginski, estima um público de até dez mil pessoas.

Segundo ele, pessoas de todo o Brasil estão chegando à cidade. "Já chegaram grupos de Juazeiro e Belo Horizonte. E como todo o ano, até o dia da festa virá muita gente de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul."

As festividades da padroeira da cidade começam com uma procissão às 9h, que sai da Igreja Matriz e vai até o santuário, local em que é rezada a missa pelo bispo dom Sergio Arthur Braschi. O evento prossegue com churrasco e música ao vivo até às 18h, quando acontece uma nova procissão, na qual os romeiros pedem bênçãos a Nossa Senhora para que tenham um bom ano.

História

Em oito de setembro de 2004, Nossa Senhora das Brotas foi declarada "Padroeira do Caminho dos Tropeiros" pelo bispo dom Sergio Arthur Braschi. Se já era conhecida como padroeira da Agricultura e da Pecuária, o novo título foi dado porque, antigamente, tropeiros escolhiam o Santuário dedicado à Virgem das Brotas como local de pernoite e repouso.

De acordo com o padre Silvio, a história de Nossa Senhora das Brotas começou em 1808, quando o frei Antônio Sant’ana Galvão, então próximo dos 70 anos, iniciou viagem missionária para o Sul, seguindo pela estrada dos tropeiros. Frei Galvão, hoje beatificado pelo Papa João Paulo II, ao chegar às margens do Rio Piraí, decidiu ficar alguns dias no povoado, pregando e atendendo o povo da região. Enquanto esteve ali, ficou na casa de dona Ana Rosa Maria da Conceição. Antes de ir embora, deixou uma recordação à dona da casa que o acolhera – uma estampa de Nossa Senhora das Barracas. Ele teria dito para que ela e sua família venerassem sempre a efígie, porque era muito milagrosa.

Ana Rosa pôs a lembrança numa moldura de madeira e fazia suas orações diante da imagem. Ficou viúva, contraiu segundo casamento com o tropeiro Joaquim Maciel de Almeida e se mudou de carroça. Durante o transporte, a estampa se perdeu.

Algum tempo depois, passando por uma região em que havia acontecido um incêndio, encontrou o quadro entre as cinzas e os brotos da vegetação. A moldura havia queimado, mas a imagem estava apenas chamuscada.

Para ela, aquilo pareceu algo extraordinário. O fato foi interpretado como um milagre e a notícia correu. Como o povo já não se lembrava que o nome original era Nossa Senhora das Barracas, muito venerada em Portugal, rebatizaram-na de Nossa Senhora das Brotas e erigiram uma capela em sua homenagem.

Com o passar do tempo, diversas capelas foram construídas sucessivamente. Mas o santuário atual foi erguido em 1985 e tem o formato de uma coroa, em homenagem à Virgem das Brotas.

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