Pichadores provocam prejuízos

A ação de pichadores está irritando e trazendo prejuízos ao curitibano Davi dos Santos, administrador da escola de idiomas Words, localizado no bairro Rebouças. O muro de seu estabelecimento foi pintado na última quarta-feira. Na sexta-feira, antes de o pintor dar a segunda demão de tinta, o muro já estava totalmente pichado. “Isso me deixa sem saber o que fazer. É uma sinuca de bico, porque eu sei que se pintar o muro de novo, vai voltar a ser pichado. É uma guerra, e eu sei que vou acabar perdendo”, reclama Davi, referindo-se aos prejuízos. Só com mão de obra, Davi conta que gastou cerca de R$ 60,00 com o muro novo. Isso sem contar a tinta, cuja cor é confeccionada e por isso é mais cara. Ao todo, Davi estima que já gastou cerca de R$ 6 mil – incluindo pintura nova na parte interna e externa da escola.

“Você se ‘quebra’ para cumprir com todas as obrigações, ser uma pessoa idônea. Não é justo ter isso como troco”, lamenta. Segundo ele, falta ação por parte da polícia e prefeitura municipal. “Se um guarda municipal ficasse em frente à escola, logo depois de ser pintada, pegaria os pichadores. Eles não demoram mais do que 48 horas para pichar um muro limpo.” Davi conta que vai procurar a prefeitura e pedir autorização para colocar propagandas e, assim, evitar a ação dos pichadores. “Parece que nessa região não existe alvará de publicidade. Mesmo assim, eu vou insistir até conseguir.” Davi também já tomou outra atitude: não vai voltar a pintar o muro. “Eu sei que as pichações denigrem o estabelecimento comercial, mas vou mandar comunicado ao franqueador explicando as minhas razões”, explica.

Cinco assaltos

A pichação, no entanto, é um problema pequeno se comparado a outros pelos quais Davi já passou. Só este ano, conta ele, a escola já foi assaltada cinco vezes. Em uma das ações, os ladrões roubaram quatro computadores – prejuízo de quase R$ 6 mil. “Falta policiamento especializado e retorno por parte da própria polícia. O B.O. (Boletim de Ocorrência) é uma mera formalidade. A denúncia não resolve nada”, reclama. Além dos roubos, Davi conta que o estabelecimento também já sofreu ação por parte de vândalos. “Já levaram as torneiras do jardim (em alumínio), os latões de lixo. O mais triste é que a gente tem de se adaptar ao sistema deles, aceitar as normas dos marginais”, lamenta Davi, que acabou substituindo as torneiras roubadas pelas de plástico. Para ele, o que faz a região ser um dos alvos prediletos dos vândalos e assaltantes é a localização: próxima à favela do Parolin e razoavelmente perto da Vila Capanema, um dos redutos da violência em Curitiba. (Lyrian Saiki)

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