Pichações contribuem para a poluição visual

Caminhar hoje pelas ruas de Curitiba sem observar um imóvel particular ou público pichado tornou-se tarefa difícil. Alguns pontos, inclusive turísticos, como o Largo da Ordem, por exemplo, são freqüentemente danificados pela ação dos pichadores que além de causarem prejuízos econômicos para a cidade ainda deformam esteticamente o paisagismo urbano com a poluição visual.

Segundo Giovanni Muffone, dono do antiquário Porta Portese, que há 30 anos está funcionando no Largo da Ordem, os pichadores não têm respeito pelo patrimônio alheio, pintam tudo o que vêem pela frente, não importa a altura ou o obstáculo, tudo é danificado pela ação de vândalos. “Já cheguei a pintar o meu estabelecimento mais de 10 vezes, mas não adianta, desisti, eles ganharam. Estou pensando até em fechar a loja, pois não agüento mais tanta anarquia”, afirma Muffone.

Para ajudar a combater a poluição visual da capital paranaense, a Prefeitura deu início no dia 22 de setembro do ano passado à operação Cidade Limpa, que tem como objetivo acabar com as pichações por meio da detenção dos infratores.

Segundo um levantamento feito pela Guarda Municipal de Curitiba, desde que foi criada a operação, até hoje, já foram detidos sessenta pichadores, destes a maioria tinha idades entre 15 e 18 anos. Já o local mais atingido pelos infratores foi o viaduto do Capanema, onde foram flagrados dezessete pichadores. Para o secretário municipal da Defesa Social, Sanderson Diotalevi, a operação está obtendo bons resultados devido à colaboração da sociedade com as denúncias feitas gratuitamente pelos telefones 1532, 156 e 190. “Sabemos que a população quer uma cidade limpa para viver, pois a maioria das apreensões de pichadores só foram possíveis graças aos telefonemas anônimos”, afirma Diotalevi.

O ato de pichar juridicamente é considerado um crime de dano ao patrimônio público ou particular, dependendo do caso. As punições para um menor podem variar de acordo com a quantidade de vezes que o infrator foi detido e da conclusão do promotor. Com isso, a pena pode ser uma advertência por escrito, trabalhos sociais e até mesmo internamento, quando o caso for grave. Já para os criminosos maiores de idade, a pichação contra o patrimônio particular pode acarretar de 1 a 6 meses de detenção ou multa que varia de acordo com a gravidade da ação e no caso de uma infração contra o patrimônio público a pena é de 6 meses a 3 anos de prisão, além de uma multa aplicada também de acordo com a intensidade do crime.

Voltar ao topo