Em 5 estados

PF recolhe documentos para comprovar lavagem de dinheiro

A Polícia Federal (PF) deu continuidade na manhã de ontem à operação Lava-Jato. Foram cumpridos 23 mandados expedidos pela Justiça Federal em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Macaé e Niterói. Os policiais foram atrás de documentos e informações que possam ajudar nas investigações sobre lavagem de dinheiro.

De acordo com a PF, o material arrecadado contribui para a finalização dos inquéritos. Curitiba é tida como base das investigações e, do total de mandados, dois são de prisão temporária, 15 de busca e apreensão e seis são de condução coercitiva, quando o suspeito é levado para a delegacia para prestar depoimento. Um dos mandados de condução coercitiva é contra um funcionário da Petrobras.

A operação Lava Jato, que pendeu 24 pessoas, foi deflagrada em 17 de março em seis estados e no Distrito Federal. As investigações, de acordo com a PF, começaram no ano passado e descobriu movimentação financeira, ilegal, de aproximadamente R$ 10 bilhões. A quadrilha agia, em maior parte, com empresas de fachada, como postos de combustíveis e lavanderias.

Doleiro

Entre os presos está o doleiro Alberto Youssef, suspeito de ser um dos chefes do esquema, e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa. As investigações também apontaram ligações entre o doleiro e o deputado federal licenciado André Vargas (PT-PR). Vargas usou avião pago por Youssef para viajar com a família para a Paraíba.

Ainda na tarde de ontem, a Polícia Federal pediu a transferência de 14 presos. De acordo com a PF, Youssef e outros dois doleiros devem ficar presos na Penitenciária Federal de Catanduvas, no oeste do Estado. Outros devem ser recolocados em outras penitenciárias do Paraná.

O advogado de Youssef denunciou que o cliente teve conversas gravadas de maneira clandestina na cela da PF em Curitiba. Antônio Figueiredo Basto declarou ao G1 que escutas eram feitas em tempo real por um aparelho GSM, que usa chip de celular, encontrado na cela por Youssef. A Polícia Federal informou que não vai comentar o assunto.

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