PF manteve só atividades essenciais em Curitiba

Em Curitiba, os policiais que aderiram à paralisação ficaram concentrados na delegacia da PF da rua Doutor Faivre. ?Fizemos um acordo com o governo federal, que se comprometeu a nos conceder um reajuste salarial de 60% em duas vezes. Recebemos metade no último mês de junho e deveríamos ter recebido a outra no final do ano. Porém, isso não aconteceu, o que nos deixou bastante insatisfeitos?, explicou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Paraná, Sílvio Renato Jardim.

No dia 11, os policiais federais tinham uma reunião marcada, em Brasília (DF), com o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Sérgio Mendonça. Este não apareceu para o encontro e fez com que a categoria ficasse ainda mais indignada, decidindo pela paralisação de ontem. ?Integrantes das entidades representativas de classe da Polícia Federal foram até o MPOG. Esperaram por um longo período de tempo, mas não foram recebidos.?

Em função da paralisação, em todo o País só foram realizadas atividades da PF consideradas essenciais, como plantões, custódias de presos e expedição de passaportes emergenciais. Serviços em portos, aeroportos e fronteiras foram desenvolvidos com efetivo reduzido. No Porto de Paranaguá, no litoral do Estado, e no aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a reportagem de O Estado foi informada pelas assessorias de comunicação locais de que a paralisação não havia afetado as operações e de que tudo estava normal.

Atualmente, em todo Brasil, existem cerca de 8 mil servidores da Polícia Federal, sendo seiscentos no Paraná. O salário inicial da categoria é de R$ 4 mil, podendo chegar a R$ 12 mil. ?Até dez anos atrás, nosso salário era equivalente ao do Poder Judiciário. Hoje, está bastante defasado?, afirma Jardim.  

Ministério do Planejamento tenta acordo

Brasília (AE) – Representantes das entidades representativas dos funcionários da Polícia Federal e técnicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) se reunirão hoje, às 15h, para discutir o acordo que promete reajuste de 60% no salário, assinado no ano passado pelo governo, e a adoção de Lei Orgânica da categoria.

O encontro foi agendado pelos deputados federais Marcelo Itagiba (PMDB/RJ), delegado de Polícia Federal, e Laerte Bessa (PMDB/DF), delegado da Polícia Civil do Distrito Federal, durante encontro que tiveram ontem com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Filas de até duas horas em Cumbica

São Paulo (AE) – A operação-padrão da Polícia Federal causou transtornos aos passageiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, que pretendiam embarcar em vôos internacionais, no fim da tarde de ontem. O tempo de espera na fila do terminal 1 chegou a durar até duas horas.

Informados da greve, alguns passageiros chegaram mais cedo ao aeroporto para tentar escapar do caos, mas em vão. As companhias aéreas cogitaram segurar os vôos, caso os passageiros enfrentassem dificuldades para embarcar, mas não foi preciso.

O aeroporto de Cumbica é o principal terminal de pousos e decolagens de vôos internacionais no País.

Paralisação atrasa fim dos inquéritos

Brasília (AE) – A paralisação dos policiais federais, realizada ontem, vai atrasar a preparação dos laudos periciais relativos à Operação Hurricane (Operação Furacão). Com isso, as mais de duas toneladas de documentos apreendidos durante a operação não serão analisadas, atrasando a conclusão do caso. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Octavio Brandão Caldas Netto, há uma defasagem histórica de peritos no quadro da Polícia Federal, que prejudica bastante o andamento dos laudos.

?Com essa paralisação e, na pior das hipóteses, a greve, o que era muito difícil ficará ainda mais complicado. O governo precisa entender que os peritos criminais federais já trabalham no limite. E com a greve, o acúmulo de laudos pendentes poderá comprometer definitivamente o andamento dos inquéritos que dependem da materialidade da prova, conseguida exclusivamente por meio dos laudos periciais?, argumentou o presidente da APCF.

Operação-padrão na Ponte da Amizade

(AE) – Policiais federais fizeram uma operação-padrão durante a manhã de ontem na Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai, em Foz do Iguaçu, na região oeste do Paraná. Foi uma das atividades do dia de paralisação dos policiais, que reclamam o cumprimento de um acordo salarial assinado no ano passado. Com a fiscalização rígida sobre veículos e pessoas que cruzavam a ponte, a formação de filas foi inevitável. A delegacia permaneceu fechada durante todo o dia, mantendo-se apenas um plantonista.

Em Paranaguá, os policiais federais também cruzaram os braços, não realizando as inspeções para autorização de entrada e saída de navios no cais do porto. No entanto, a assessoria do porto informou que não houve mudança na rotina. Não havia nenhum navio programado para atracar. O presidente do sindicato no Paraná, Sílvio Renato Fernandes Júnior, disse que somente os serviços considerados essenciais eram prestados em todo o Estado.

Algumas pessoas reclamaram, sobretudo pela manhã, ao encontrarem fechada a porta do local de expedição de passaportes em Curitiba. ?Não há manifestação sem algum transtorno?, ponderou Fernandes Jr.

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