Petroleiros lembram aniversário de vazamento

Integrantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Refinação, Destilação, Exploração e Produção de Petróleo nos Estados do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro) relembraram ontem o vazamento de petróleo ocorrido na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, no dia 16 de julho de 2000. Pela manhã, membros da diretoria do sindicato estiveram no local para conversar com funcionários da refinaria e entregar folders com textos sobre o acidente.

Na época, vazaram cerca de quatro milhões de litros de petróleo. O produto atingiu os rios Barigüi e Iguaçu, causando prejuízos à flora, à fauna e a populações ribeirinhas que dependiam da pesca para sobreviver e utilizavam a água dos rios. O vazamento teria ocorrido devido ao rompimento de uma válvula e por falha humana. Sua extensão teria sido “decorrente de inobservância de procedimentos operacionais”.

Um dos diretores do Sindipetro, Mário Alberto Dalzot, acredita que os maiores prejudicados com o acidente foram os trabalhadores. Ele recorda que, na época, durante os trabalhos de limpeza dos rios e contenção do petróleo, diversos funcionários passaram mal. “Centenas de trabalhadores que prestaram serviços na remoção do óleo sofreram atendimento médico. Entre 17 de julho e 15 de agosto, foram 1.881 atendimentos pela empresa, com vários diagnósticos, dentre eles os de náuseas, mal-estar, vômitos, diarréia, dores no corpo e má digestão”, conta.

Segundo o Sindipetro, dois trabalhadores que prestavam serviços a uma empresa terceirizada da Repar, Juracir Francisco da Silva e José Marcondes Portela da Luz, ficaram com os membros inferiores do corpo paralisados devido à inalação do petróleo e atualmente estão sem poder trabalhar e sem assistência médica adequada.

Petrobras

O coordenador do comitê executivo do Rio Iguaçu, criado especialmente para cuidar de assuntos ligados aos acidente, Fernando Henrique Falkiewicz, informa que hoje, três anos após o vazamento, não existem mais vestígios de petróleo nos rios afetados, porém os trabalhos de recuperação da vegetação atingida continuam, “com grande sucesso”, em um trecho de 2 km dentro da área da refinaria.

Quanto aos trabalhadores, a Petrobras diz que, na época do acidente, exigiu que as empresas terceirizadas fornecessem equipamentos de proteção individual a todos os funcionários envolvidos na limpeza dos rios. A estatal alega que foram adotados todos os procedimentos para garantir a segurança e integridade à saúde dos trabalhadores envolvidos na atividade. A empresa não comentou o caso dos dois trabalhadores que estão com os membros inferiores paralisados.

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