Pesca no Lago de Itaipu será incrementada

A Itaipu Binacional iniciou anteontem a primeira de uma série de reuniões com representantes das colônias de pescadores da região lindeira para organizar e incrementar a pesca na região do reservatório. O primeiro encontro aconteceu na sala de reuniões do Ecomuseu, com a participação do diretor de Coordenação, Nélton Friedrich.

Um dos objetivos é ampliar a parceria entre a Itaipu e os pescadores, com a participação de prefeituras e órgãos de fiscalização ambiental. A Diretoria de Coordenação “quer transformar o pescador em um agente da água”, segundo Nélton Friedrich.

Audiência pública

Para isso, foi feita uma espécie de audiência pública, na qual os pescadores, representados por presidentes das colônias de pesca da região, puderam apresentar suas reivindicações. Cada microrregião tem reivindicações próprias, baseadas nas características dos municípios onde estão localizadas.

No final da reunião, o diretor de Coordenação anunciou algumas medidas emergenciais para melhorar a atividade pesqueira no lago. Numa primeira fase, terão prioridade três frentes de ação: regulamentação da atividade, negociação para garantir o pagamento em dia do seguro-desemprego dos pescadores profissionais no período da piracema e uma fiscalização ambiental mais rigorosa para reprimir a pesca clandestina.

Atravessadores

Todas as medidas para melhorar a atividade pesqueira na região serão implantadas com base em estudos feitos por técnicos das diversas áreas de Meio Ambiente de Itaipu e representantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), que fazem o monitoramento da pesca no lago.

Levantamento feito por técnicos de várias áreas de Meio Ambiente de Itaipu mostra que 56% dos lucros da pesca no lago ficam com os intermediários e apenas 20% com os pescadores. A atividade pesqueira no reservatório beneficia diretamente cerca de duas mil pessoas na região. Na segunda quinzena de abril, a Diretoria de Coordenação volta a ser reunir com os pescadores para uniformizar uma proposta básica de reivindicações e, posteriormente, implementar medidas que possam beneficiar a categoria.

Lago

A formação do reservatório de Itaipu ajudou a expandir a atividade pesqueira na região. Para acompanhar a pesca profissional no reservatório, Itaipu contratou a Universidade Estadual de Maringá (UEM). O acompanhamento da atividade pesqueira se baseia em dados coletados pelos próprios pescadores, que anotam o peso e as espécies de peixes capturados diariamente na área do reservatório. Mensalmente, técnicos da Itaipu e da UEM verificam os desembarques de pescado e realizam o levantamento socio econômico da atividade pesqueira.

Atualmente, cerca de 500 pescadores profissionais capturam aproximadamente 1.500 toneladas de pescado por ano, ou o equivalente a quatro toneladas/dia. Segundo os estudos da UEM, esse volume representa quase o dobro da produtividade no reservatório de Barra Bonita, em São Paulo (o segundo mais produtivo da Bacia do Rio Paraná) e o triplo dos demais reservatórios da Bacia do Prata.

Até a formação do Lago de Itaipu, em 1982, existiam apenas duas colônias de pesca, que reuniam cerca de 130 pescadores profissionais no trecho entre Foz do Iguaçu e Guaíra. Atualmente, são nove entidades de classe na região, entre colônias e associações.

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