A pesca deve ser liberada em algumas partes do litoral paranaense nos próximos dias. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) encaminhou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) os laudos dos exames feitos em boa parte da Baía de Antonina, em Guaraqueçaba e nas localidades de Pinheiros e Laranjeiras, que não apontam a presença de agentes contaminantes. Segundo o presidente do IAP, Rasca Rodrigues, após a análise do Ibama, os dois órgãos devem assinar portaria conjunta liberando a pesca nesses locais.
A pesca foi proibida em toda região próxima ao local da explosão do navio chileno Vicuña, no terminal de inflamáveis da Cattalini, em Paranaguá, em 15 de novembro. Na ocasião, a portaria de proibição também foi assinada em conjunto pelos dois órgãos ambientais. Rodrigues lembrou que, como os testes comprovaram que a fauna local não está contaminada, a intenção é assinar a portaria liberando a pesca o quanto antes.
Ele destacou que nas partes mais atingidas pelo óleo e pelo metanol, a pesca continua proibida. "Além de liberar, os dois órgãos estão preparando a fiscalização, já que a pesca será liberada apenas em áreas restritas", explicou.
Acidente
Um barco teve seu casco rompido após bater numa pedra, na Ponta da Cruz, na Ilha da Cotinga, na Baía de Paranaguá. O acidente aconteceu ontem, por volta das 7h. A embarcação integrava um comboio de nove barcos que levava 1.980 cestas básicas para os pescadores de Guaraqueçaba. O barco transportava duzentas cestas básicas, que se perderam com o acidente. Os tripulantes foram resgatados pelos bombeiros, que usaram uma lancha para realizar o salvamento. Nenhum deles ficou ferido.
O barco havia sido contratado por uma das empresas relacionadas com a explosão do Vicuña. Normalmente, essa embarcação, chamada Provérbio V, fazia a travessia entre o município de Pontal do Paraná e a Ilha do Mel, conduzindo turistas.
Seguro
Terminou ontem, no litoral, o plantão para recebimento de pedidos de seguro-desemprego dos pescadores de mar aberto. Nos quatro dias em que o serviço esteve em funcionamento, foram protocolados 1.195 solicitações – 705 em Guaraqueçaba, 340 em Paranaguá e 150 em Antonina. Dos trabalhadores que compareceram ao plantão, cerca de trezentos não conseguiram dar entrada no pedido do benefício. "O problema é que eles tinham menos de um ano de registro na Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, um dos requisitos para pleitear o seguro", informou a servidora da Delegacia Regional do Trabalho, Leonides Renaud Pacheco. Ela fez parte da equipe de doze servidores destacados pelo Ministério do Trabalho e Empregado e pela DRT para o atendimento especial no litoral paranaense.
Apesar de o plantão já ter sido desativado, o requerimento ainda pode ser feito até o próximo dia 14 de janeiro na Agência de Atendimento ao Trabalhador de Paranaguá. A concessão do benefício é uma decorrência da Instrução Normativa 32 do Ministério do Meio Ambiente, publicada em 16 de dezembro.


