Pequenas alterações tornam a ceia mais leve

As festas de final de ano têm como tradição a troca de presentes, além de mesas fartas de comida e bebida. Esses costumes foram incorporados à cultura brasileira pelos europeus. Por isso, muitos dos pratos típicos desta época do ano não são os mais indicados para o clima brasileiro. Mas, como é tradição, a dica é evitar exageros.

A nutricionista Helena Maria Simonard Loureiro diz que é possível fazer uma ceia mais leve usando os mesmos elementos tradicionais das festas de final de ano, como o peru e o tender. “Esse tipo de carne é mais digestível que as carnes bovinas, e são mais aconselhadas para uma refeição noturna”, comenta. A lentilha, outro símbolo da época, também pode ficar mais light se utilizada, por exemplo, com o arroz, em vez de cozida com carne gorda. As frutas são excelentes opções nesta época, avalia Helena, pois são alimentos leves para o verão.

O problema das bebidas alcoólicas, comenta a nutricionista, está no excesso. “Algumas pessoas, depois do brinde com vinho ou champanhe, partem é a cerveja, que geralmente são consumida em grande quantidade. Esses produtos desidratam o organismo, e as conseqüências vêm no dia seguinte, com dores de cabeça”, comenta. Além disso, as bebidas associadas a uma alimentação pesada dificultam a digestão.

Quem está preocupado com o ganho de peso com a comilança, o prejuízo para a silhueta pode não ser tão grande. A endocrinologista Adriane Maria Rodrigues afirma que para ganhar um quilo é preciso consumir sete mil calorias. “E mesmo que se coma muito, vai ser difícil isso em um dia”, comenta.

As dicas são fazer refeições mais leves durante os dias que antecedem as ceias, e praticar exercícios físicos A indicação é duplamente válida para as pessoas que têm problemas de saúde, como diabéticos, hipertensos ou cardíacos. “Eles até podem comer alguma coisa fora das orientações, mas tudo com moderação”, ressalta Adriane.

Truques

Antes de preparar as ceias de final de ano é preciso pesquisar. Quem alerta é o instrutor de cozinheiro Oliver Michel Sturn. “É preciso decidir quais os produtos que serão utilizados e fazer uma pesquisa de mercado, já que nesta época do ano muitos produtos tradicionais têm os preços alterados”, comenta. Depois disso, verificar quais podem ficar de fora ou ser substituídos por outros. É o caso de produtos nacionais e importados. “Uma uva nacional de tamanho menor, que tem o mesmo sabor, pode substituir uma uva importada maior, que nessa época custa o triplo”, aconselhou.

Para o preparo dos pratos, a dica também é válida. Frutas como maçã e pêra podem ser utilizadas para recheios de perus ou frangos. Além de deixarem a carne mais úmida e suculenta, são mais baratas. A salada Waldorff, tradicional da cozinha européia, e comum nas ceias brasileiras, que reúne salsão, maçã, nozes, uvas passas e maionese, pode ficar mais leve com iogurte, ou quem sabe, substituída por uma salada com produtos da época. “E para atrair o paladar vale usar muita canela e cravo para perfumar os alimentos”, ensinou.

Na opinião da nutricionista Helena Loureiro, “a ceia brasileira poderia ficar diferente da tradicional que importamos dos colonizadores, com vários elementos da nossa culinária”. O peixe poderia ser o prato principal, acompanhado de muitas hortaliças e frutas tropicais. “Essa seria uma refeição que combina com o clima brasileiro nesta época do ano”, justificou.

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