Pedalando 200 vezes na noite de Curitiba

Em 26 de junho de 2000, um grupo de dez amigos moradores na região do Cajuru decidiu passear de bicicleta durante a noite, já que por vários motivos nunca conseguiam praticar o esporte ainda com a luz do sol. O movimento cresceu e ontem, esse grupo, que chegou a ter 133 participantes, completou seu 200.º passeio.

O organizador dos encontros é Roberto Coelho, 48 anos. Ele trabalhou como designer gráfico, mas há dois anos tem uma oficina de conserto de bicicletas. Mesmo tendo diagnóstico de Mal de Parkison há 22 anos, ele anda de bicicleta sempre e se sente bem como qualquer outra pessoa. Esposa e filhos também participam do passeio. “A bicicleta virou uma cachaça na minha vida. Abri o estabelecimento, claro, com objetivos comerciais, mas descobri que foi melhor afetivamente do que financeiramente. Amigos não se compram e eu ganhei muitos nesses anos”, afirma.

O passeio já teve várias fases, saindo do Jardim Botânico, do Sesc da Esquina, do Shopping Mueller e a atual, todas as quintas-feiras, às 20h30, em frente à Sociedade Garibaldi, perto do Relógio das Flores. “Podem participar pessoas com mais de 16 anos ou menores acompanhados dos pais. A única exigência que eu faço é que utilizem o equipamento de segurança, principalmente o capacete”, explica.

Pessoas das mais variadas profissões participam do passeio. Em média, num dia nublado, a freqüência é de cerca de setenta pessoas. Com tempo bom, o número nunca é inferior a cem ciclistas. A única situação em que não acontece o passeio é quando chove ou é véspera de feriado prolongado. Os passeios giram em torno de 25 quilômetros cada, sempre começando e acabando no mesmo lugar.

Nos 199 passeios realizados até ontem, já foram pedalados 4,6 mil quilômetros. Essa quilometragem seria suficiente para ir de Curitiba a Salvador, retornar e ainda ir até Florianópolis. Até ontem, os passeios contaram com 6.164 ciclistas (não levando em conta que muitos deles se reptem). A temperatura mais fria encontrada pelo grupo foi de 2 º C.

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