Pedágio da BR-277 sobe mas ondulação continua

O aumento do valor do pedágio, ocorrido no fim de dezembro, desagradou a maioria esmagadora das pessoas que, com freqüência, precisam utilizar as rodovias pedagiadas para chegarem aos seus destinos finais. Porém os usuários da BR-277, no trecho que liga Curitiba ao litoral, se mostram os mais indignados.

Muitos não concordam com o fato de o pedágio ter subido bem no início do verão e antes das festas de fim de ano, quando muitas pessoas descem para as praias. Também acreditam que o preço cobrado não é compatível à infra-estrutura da rodovia.

O caminhoneiro Ronaldo Pires Aguiar, que freqüentemente utiliza a BR, se queixam que alguns trechos das pistas possuem muitas irregularidades. Ele trabalha com o transporte de adubos e teme que, em um desses trechos, o produtos possa vazar e se espalhar pelo asfalto, contaminando o ambiente.

“A BR-277 não está grande coisa e, por isso, o valor cobrado pelo pedágio é muito injusto”, reclama. “A todo momento existe o risco de acidentes devido às irregularidades nas pistas.”

Remendos

O auxiliar de escritório Fábio Leonel dos Santos e o vice-prefeito de Morretes, Amílton de Paula, que também é dono de uma lanchonete na BR-277, afirmam que a rodovia está toda remendada. “O asfalto é antigo”, diz Fábio. “Ele não foi refeito, apenas reformado. Noto que, mesmo nas retas, as pistas estão cheias de ondulações. Nas curvas, o asfalto parece estar bastante gasto.” Segundo ele, a sinalização horizontal também está começando a se apagar e logo precisará ser refeita.

Amílton concorda e revela que o aumento do pedágio está prejudicando os donos de estabelecimentos comerciais localizados ao longo da rodovia. Segundo ele, devido aos altos valores cobrados, as pessoas estão utilizando menos a BR-277, muitas vezes deixando de descer para as praias ou preferindo a Estrada da Graciosa.

“O valor do pedágio influencia muito no comércio”, garante. “Já notei uma queda no movimento de meu estabelecimento.” Para ele, o valor é alto e a rodovia não está “totalmente perfeita”. “Quem, como eu, a utiliza todos os dias, sente as dificuldades e os problemas presentes nas pistas”, diz.

Na opinião da comerciante Rosângela Scuissiato, o dinheiro arrecadado com o pedágio deveria ser utilizado para a construção de uma terceira faixa nos trechos de pista dupla da BR. “Em épocas de feriados e férias escolares, quando o número de pessoas que descem para o litoral é intenso, a medida ajudaria a evitar engarrafamentos e lentidão”, argumenta.

Ecovia

De acordo com a assessoria de imprensa da Ecovia, concessionária responsável pelo trecho, o aumento do pedágio, todo ano, em dezembro, é previsto em contrato assinado em 1997 com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR). O cálculo do reajuste é baseado em uma fórmula da fundação getúlio Vargas (FGV) e, antes de ser aplicado, precisa ser aprovado pelo DER.

A concessionária nega a acusação de que o asfalto da rodovia é antigo e não passou por restauro. A assessoria de imprensa explica que o restauro ocorreu em 73 km da BR. As obras, a serem feitas pelos próximos dezenove anos, também estão previstas no contrato. Segundo a assessoria, até o fim do ano passado, R$ 70 milhões foram gastos com obras na BR-277.

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