O prefeito da Lapa, Paulo Furiati (PMDB), anunciou ontem que vai comunicar o Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit) sobre a decisão tomada pelos moradores das comunidades da região de Mato Preto, que ontem aprovaram a suspensão do transporte escolar pela BR-476 (Rodovia do Xisto) esta semana. Furiati está tentando marcar uma audiência com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.

Enquanto isso, a Procuradoria Jurídica do município está providenciando uma ação para responsabilizar o ministério pelos acidentes que venham a ocorrer neste trecho. A ação será anexada ao documento que foi assinado pelos pais de alunos e professores logo após a reunião, assim como a cópia da ata do encontro que decidiu pela suspensão do transporte escolar.

A decisão de Furiati de suspender o transporte escolar esta semana para preservar a vida de 650 alunos que estudam nas escolas da localidade de Mato Preto, a 30 quilômetros do centro da cidade, foi apoiada por aproximadamente 500 pais de alunos e professores da Escola Juscelino Kubitschek, em reunião realizada na manhã de ontem no salão da igreja local.

O prefeito argumenta total falta de segurança para o transporte dos alunos pela rodovia nos 60 quilômetros que cortam o município, entre Lapa e a divisa com São Mateus do Sul. Segundo Furiati, os constantes acidentes que vêm acontecendo preocupam as autoridades locais, pais de alunos e professores, que diariamente passam pela rodovia totalmente esburacada, sem sinalização, demonstrando pleno abandono.

Os pais e professores aprovaram por unanimidade a suspensão das aulas até sexta-feira, e estão prontos para o bloqueio da BR-476 se nenhuma providência for tomada. O diretor da escola, José Carlos Bassani, disse que “a paralisação da rodovia terá que ser feita por tempo indeterminado, com troncos de árvores, queima de pneus, montes de terra, porque não podemos colocar em risco a vida de centenas de crianças”. O medo é que as carretas, numa manobra arriscada para desviarem dos buracos, se choquem contra um ônibus escolar, o que seria uma tragédia. A reposição das aulas será feita no período normal. Os professores se comprometeram a repô-las em períodos extras, inclusive sábados, domingos e feriados.

Sub judice

O engenheiro supervisor do Dnit em São José dos Pinhais, Gilberto Massucheto, explicou que o departamento está impossibilitado de fazer qualquer tipo de obra, já que desde o final de 2003 a licitação para conservação do trecho está sub judice: “Estamos tentando a decretação de emergência, mas enquanto não conseguimos, nada pode ser feito”, ressaltou, lembrando que placas alertando sobre a má conservação estão sendo colocadas na estrada.

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