Parque do Monge pode fechar por tempo indeterminado

Um dos roteiros turísticos do Paraná, o Parque Estadual da Lapa, conhecido como Parque do Monge, pode fechar as portas por tempo indeterminado. A intenção do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) é restaurar e conservar a fauna e a flora do parque. Mas está despertando a indignação de comerciantes, moradores e turistas.

O IAP, que considera o local como uma Área de Proteção Ambiental (APA), pretende pôr em prática o que prevê o plano de manejo elaborado para o parque. Uma das ações é fechar o local a partir de janeiro para que seja feita a retirada das árvores exóticas, como os pinus e eucaliptos, e fazer o plantio de árvores nativas da região.

Em função disso, o IAP notificou os dois proprietários dos restaurantes do interior do local para que encerrem suas atividades. Segundo o órgão ambiental, as construções onde estariam instalados os restaurantes são irregulares. O IAP informou que os estabelecimentos causam impacto ao meio ambiente com o lançamento de esgoto sem tratamento.

De acordo com o Departamento de Turismo da Prefeitura da Lapa, o Parque do Monge vai passar pelo mesmo processo de intervenção pelo qual passou o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa. Para o departamento, a interdição do parque não representa um impacto significativo no turismo da cidade.

A diretora de Turismo, Schirley Bubniak Jardim, informou que, na média mensal dos últimos quatro meses, foram quase seis mil visitantes que procuraram o centro histórico – um volume superior à média de pouco mais de mil visitantes mensais.

Já o diretor de Parques do Município, Leone Pierin, conta que a maioria dos visitantes que procura a Gruta do Monge não representa uma grande perda para a economia. “As pessoas que visitam o parque, geralmente, chegam de ônibus de excursão e sequer desembarcam no centro histórico”, afirma.

Os comerciantes e alguns moradores da região, no entanto, não comungam da mesma opinião. O morador Márcio Assad acredita que mais de 85% das pessoas que visitam a Lapa nos finais de semana visitam a Gruta do Monge.

Segundo Airton Ferreira dos Santos, dono de um dos restaurantes do parque, a medida pode prejudicar a cidade. “Não temos outra fonte de renda. Não sei como farei para pagar as contas”, diz.